"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

EM BUSCA DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL



 
O Desenvolvimento Nacional caracteriza-se pelo aperfeiçoamento do Homem, da Terra e das Instituições, os chamados elementos básicos da nacionalidade, nas cinco expressões do Poder Nacional: política, econômica, psicossocial, militar e científica e tecnológica. Desta forma, ele abrange não só a expressão econômica do Poder Nacional, como também as outras quatro expressões do Poder.

É necessário ainda recordar a diferença entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento econômico. O crescimento econômico caracteriza-se por um aumento quantitativo na produção de bens e serviços, graças à atuação de um ou de dois fatores de produção preponderantes, geralmente capital e tecnologia, expresso, por exemplo, pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB).

Já o desenvolvimento econômico é caracterizado por um aumento, não só quantitativo, como também qualitativo, em função da participação harmônica de todos os fatores de produção, consubstanciado por um processo de transformação social, com o progressivo deslocamento da mão-de-obra do setor primário para o setor secundário e para o setor terciário, expresso, por exemplo, pelo crescimento do PIB, com minimização das disparidades de renda, a nível pessoal, regional e setorial.

Existe um fator inibidor em nosso ritmo de crescimento, representado pela baixa taxa de investimento existente na nossa Economia, mantendo-se em torno de 18% do PIB, enquanto na década de 70 chegou a ser de 25%. Esta deficiência deve ser compensada pelo aumento da importação de máquinas, equipamentos e outros. Porém, tal providência provoca um aumento considerável em nossas importações o que vem ocasionando um aumento expressivo no déficit do balanço de pagamentos em transações correntes.

E o pior, em nossa pauta de exportações cresce o percentual de matérias primas e de produtos de baixo valor agregado, enquanto do lado das importações aumenta a compra de bens de elevado valor adicionado, agravando nosso problema de dependência econômica e tecnológica.

Analisemos o nível da atividade econômica, o qual é função do montante da demanda agregada, expresso pelo valor da despesa interna bruta (DIB). A DIB é constituída pela soma do consumo das famílias, do consumo do governo, do investimento e das exportações. No momento, como já expresso, o investimento ainda é modesto. A recuperação viria, então, por onde?

As exportações estão crescendo, até o momento, graças principalmente ao valor das commodities no mercado internacional. Mas até quando, considerando-se a real possibilidade de um desaquecimento da economia da China? O consumo do governo aumenta o gasto despiciendo, em especial com a contratação de “cumpanheiros”, superfaturamento, “mensalão”, publicidade farta, viagens e diárias faraônicas, “bolsas eleitoreiras” etc.

A recuperação está sendo sustentada também pelo crescimento do consumo das famílias, graças principalmente ao crédito irresponsável. Fica então difícil acreditar numa recuperação sustentada da Economia, no nível previsto pelos mais otimistas. Para haver crescimento, é vital haver não só um aumento da demanda global, como também da oferta global, não só no curto prazo.

Existe a progressiva deterioração da infra-estrutura econômico-social, provocando o “apagão” logístico, os rentistas ganhando do setor produtivo, o desemprego mascarado, empregos de baixa qualidade, salários em torno de 2 salários mínimos para a maioria dos considerados empregados, a desnacionalização das nossas atividades econômicas, a corrupção desenfreada, a crescente dependência ao exterior, a exclusão social, a miséria, a desesperança

Para que os bons tempos da Economia Brasileira retornem, é vital uma mudança radical no atual modelo econômico imposto por FHC e mantido pelas administrações Lula/Dilma, de inteira subserviência aos ditames do sistema financeiro internacional, com a abdicação da Soberania Nacional, apenas capaz de fazer o Brasil retornar à situação de colônia.

Teremos que colocar no poder outra administração, compromissada verdadeiramente com os interesses nacionais, capaz de multiplicar por menos um o atual modelo, substituindo, de início, a "variável-meta" de estabilidade da moeda para pleno emprego dos fatores de produção com sua digna remuneração. E planejar não só a retomada do crescimento econômico, como também do desenvolvimento econômico.

A hora é esta! Os políticos que serão candidatos em 2014 possuem o dever de apresentar suas sugestões de políticas e estratégias correlatas, em um plano nacional de desenvolvimento, contendo prazos, vinculando-se tudo aos recursos humanos e materiais existentes, para julgamento dos eleitores.
 
19 de fevereiro de 2014
Marcos Coimbra, Professor, é Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.

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