Têm culpa os nervosinhos?
05 de janeiro de 2014
Só um povo ignorante e sem vergonha na cara consegue suportar que um ministro da Fazenda, com a qualidade de um Guido Mantega, conceda uma entrevista coletiva para comemorar que o Brasil conseguiu, novamente, fazer “superávit primário” (deixar de investir para desviar dinheiro público apenas para pagar juros de dívidas que só crescem). O governo se perde na marketagem propagandística...
Mais patético que isso foi ver Mantega, em tom debochado, alegar que resolveu antecipar o anúncio do pretenso superavit, com um mês de antecedência, para abaixar a ansiedade e para acalmar “os nervosinhos”. Mantega comemorou um resultado fiscal maquiado de R$ 75 bilhões em 2013. Além de não ter economizado nada, o desgoverno, na verdade, deixou de investir no que deveria.
O número é resultado de uma armação contábil e de circunstâncias atípicas. Dele fazem parte R$ 15 bilhões recebidos pelo “leilão” do campo petrolífero de Libra e mais R$ 20 bilhões vindos do programa de parcelamento de dívidas tributárias. Estes R$ 35 bilhões não vão se repetir em 2014. E o governo, além de não ter novas receitas, ainda cria e aumenta cada vez mais despesas correntes. No ano reeleitoral, deve torrar ainda mais dinheiro.
O gestor Mantega é um desastre. O comunicador Mantega consegue ser ainda pior. Ele pode falar o que quiser, mas não conseguirá acalmar ninguém. O desgoverno petralha – centrado em gastança, corrupção e falta de projeto nacional – conduz o Brasil à vanguarda do atraso. O País não tem bússola. Não se sabe para onde vai. O Brasil ignora uma palavra fundamental para ser uma nação desenvolvida: infraestrutura – em todos os seus aspectos. Com a carga tributária em vigor e com juros extorsivos – e sem previsão de mudar -, só maluco ou burro vai investir aqui – onde a corrupção também rouba, sistemicamente, o dinheiro investido.
Exemplo concreto de cagada? Dilma e Mantega faliram a Petrobras. Como os dois podem explicar sua atuação, como presidentes do Conselho de Administração de uma empresa que hoje vale 50% menos do que valia em 2008? Tecnicamente falando, na avaliação do mercado, a maior estatal de economia mista brasileira foi falida pelo desgoverno Lula-Dilma. Será que o plano deles é quebrar a empresa para vendê-la, na bacia das almas, para aqueles que sempre controlaram, historicamente, o Brasil?
O Capimunismo brasileiro é um modelo falido. Um Estado interventor, desperdiçador de recursos e que não investe nas coisas certas, com um discurso de bem estar socializante-comunizante, só vai perpetuar nosso atraso educacional, científico-tecnológico, estrutural e, no final das contas, civilizatório. É inviável um País que prioriza a vagabundagem, pela via da distribuição de bolsas e incentivos governamentais, em vez de dar condições para a produção.
O Brasil caminha, perigosamente, na contramão do mundo. Vamos quebrar ou, com o potencial que temos, no mínimo, vamos sobreviver como de costume, segundo o modelo de uma rica colônia de exploração mantida artificialmente na miséria. Um lugar sem projeto de nação, sem educação, infraestrutura e forças armadas realmente operacionais nunca vai de desenvolver e nem ser soberano.
Nessa toada, a ironia de Roberto Campos tem tudo para se concretizar. O Brasil é um país condenado a não dar certo. E se a petralhada continuar no poder, vamos dar mais errado ainda.
PS – A onda de calor aumenta o consumo de energia. A turma aciona ventiladores e aparelhos de ar condicionados. O Rio de Janeiro, onde a temperatura é infernal, já sofre com cortes de luz. O mesmo acontece em grandes capitais. O País da Copa de 2014 começa a ficar parecido com a Argentina? O assunto já é destaque nas redes sociais.... A FIFA vai se arrepender de fazer seu torneio por aqui? Façam suas apostas... E não fiquem nervosinhos, para não dar razão ao cinismo do Mantega.
Vem coisa...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Feliz 2014!
05 de janeiro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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