"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 5 de janeiro de 2014

MANIFESTAÇÕES NA COPA SÃO A MAIOR AMEAÇA À REELEIÇÃO DE DILMA


 

 

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O contexto era de Copa das Confederações, e o Palácio do Planalto prevê que os protestos voltarão na Copa do Mundo, apenas três meses e meio antes da sucessão presidencial. A pergunta que preocupa o governo é: o “fator Copa” vai influenciar o resultado da eleição?

Mais do que os protestos, difíceis de se prever e controlar, a organização do mundial também pode ter impacto nas campanhas, para o bem e para o mal. Em ano de eleição, o Brasil vai sediar a competição esportiva com o maior número de espectadores. A Embratur espera 7,2 milhões de turistas estrangeiros neste ano, claro, atraídos pela Copa. A imagem do Brasil no mundo estará em jogo, e os protestos poderão interferir, em especial, no quesito segurança.

O cientista político Rudá Ricci acompanhou as mobilizações populares em Belo Horizonte e em outras capitais e fez comparações com atos semelhantes de outros países, como o “Occupy Wall Street”, de 2011. O resultado é o livro “Nas Ruas”, que será lançado em fevereiro.

O pesquisador não tem dúvida do potencial negativo da Copa para a eleição. Segundo ele, mais do que a inflação, ou o fortalecimento dos prováveis candidatos de oposição – o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) –, virão das ruas os principais obstáculos à reeleição de Dilma. “Não está claro se, de fato, os meninos vão conseguir colocar muita gente na rua. Mas vão criar um mal-estar. Não tenho dúvida.”

NOVOS PROTESTOS

Mas se parece não restar dúvidas sobre os novos protestos, elas pairam sobre o poder destrutivo dos atos. Ricci ressalta que o interesse do brasileiro pelo mundial é maior do que pela Copa das Confederações, e os obstáculos a uma partida da seleção podem revoltar muitos torcedores. “Na Copa é a ‘pátria de chuteiras’, não tem jeito”, sintetiza.

Existe também o componente de violência, que pode afugentar muitos cidadãos das ruas. Como ocorreu nos atos de 7 de Setembro, dominados por adeptos da tática Black Bloc nas capitais, não se viram tantos manifestantes pacíficos e famílias completas, como em junho.

Existe, por fim, o fator tempo. Se a popularidade da presidente voltar a cair em junho, poderá se recuperar até outubro? E a queda será tão profunda a ponto de comprometer a reeleição?

 O risco depende do nível que a aprovação atingir em meados do ano, aponta o cientista político. Segundo o Ibope, após o pior ponto, em julho, com 31%, a avaliação positiva do governo só subiu.
“Estou impressionado com a recuperação da Dilma. Se em abril, maio, ela tiver um ‘colchão’ de popularidade, mesmo com mobilização forte, pode chegar bem na eleição”, prevê Ricci.

05 de janeiro de 2014
João Gualberto Jr.

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