O aumento do IOF em 1,5 mil por cento e a suspensão das desonerações de impostos marcam o fim da política econômica expansionista, iniciada em 2008, base da sustentação eleitoral dos governos Lula e Dilma.
O governo começa a ter de sacrificar posições, como a de preservar integralmente a aprovação da classe média, para não arriscar perdas na faixa do eleitorado mais importante numericamente.
Por isso, um IOF maior, que tira o humor do eleitor mais bem informado, e pouca ou nenhuma alteração em desonerações concedidas a setores como o de eletrodomésticos.
Carros mais caros, sem qualquer contrapartida na chamada mobilidade urbana, também danificam o patrimônio eleitoral da presidente Dilma Rousseff nos grandes centros urbanos, em que pese a distância que ainda separa os atos de seus efeitos.
O país entra no ciclo da abstinência, que o governo administra homeopaticamente para graduar a retirada da anestesia consumista.
O endividamento das famílias e a inflação em viés de alta, fatores até aqui negligenciados pelo governo Dilma por conveniência eleitoral, impuseram a rendição antes do início formal da campanha.
Não são, certamente, o resultado e o timing esperados pelo governo, embora o primeiro fosse óbvio e o segundo uma arriscada aposta que empurra a conta de truques e maquiagens para 2015.
Jornais estrangeiros já registram esse momento, com o enfoque de uma vida mais cara para a classe média brasileira em 2014.
Lembram a insustentabilidade, este ano, da administração de preços feita pelo governo, em 2013, como no caso da energia elétrica e dos transportes públicos.
No exterior, a camisa de força imposta à Petrobrás é também contabilizada como uma bomba-relógio incontornável.
A empresa fez duas correções nos preços dos combustíveis em 2013, lembram especialistas, mas precisará ir além disso para viabilizar seu Plano de Investimentos.
O governo deveria se preocupar com um aspecto inerente aos processos de correção de rumos: a economia cobra maior velocidade na arrumação da casa do que se levou para desorganizá-la.
Como tudo é feito para que o mal ocorra em 2015, a conta lá será grande para quem vencer.
Como resume o ex-secretário da Receita, Everardo Maciel, a conjuntura não permite otimismos: inflação alta, manipulação de preços, crescimento baixo, desequilíbrio fiscal, endividamento das famílias "são males cuja superação vão requerer ciência, tempo e determinação, temperados pela boa política".
O governo começa a ter de sacrificar posições, como a de preservar integralmente a aprovação da classe média, para não arriscar perdas na faixa do eleitorado mais importante numericamente.
Por isso, um IOF maior, que tira o humor do eleitor mais bem informado, e pouca ou nenhuma alteração em desonerações concedidas a setores como o de eletrodomésticos.
Carros mais caros, sem qualquer contrapartida na chamada mobilidade urbana, também danificam o patrimônio eleitoral da presidente Dilma Rousseff nos grandes centros urbanos, em que pese a distância que ainda separa os atos de seus efeitos.
O país entra no ciclo da abstinência, que o governo administra homeopaticamente para graduar a retirada da anestesia consumista.
O endividamento das famílias e a inflação em viés de alta, fatores até aqui negligenciados pelo governo Dilma por conveniência eleitoral, impuseram a rendição antes do início formal da campanha.
Não são, certamente, o resultado e o timing esperados pelo governo, embora o primeiro fosse óbvio e o segundo uma arriscada aposta que empurra a conta de truques e maquiagens para 2015.
Jornais estrangeiros já registram esse momento, com o enfoque de uma vida mais cara para a classe média brasileira em 2014.
Lembram a insustentabilidade, este ano, da administração de preços feita pelo governo, em 2013, como no caso da energia elétrica e dos transportes públicos.
No exterior, a camisa de força imposta à Petrobrás é também contabilizada como uma bomba-relógio incontornável.
A empresa fez duas correções nos preços dos combustíveis em 2013, lembram especialistas, mas precisará ir além disso para viabilizar seu Plano de Investimentos.
O governo deveria se preocupar com um aspecto inerente aos processos de correção de rumos: a economia cobra maior velocidade na arrumação da casa do que se levou para desorganizá-la.
Como tudo é feito para que o mal ocorra em 2015, a conta lá será grande para quem vencer.
Como resume o ex-secretário da Receita, Everardo Maciel, a conjuntura não permite otimismos: inflação alta, manipulação de preços, crescimento baixo, desequilíbrio fiscal, endividamento das famílias "são males cuja superação vão requerer ciência, tempo e determinação, temperados pela boa política".
05 de janeiro de 2014
João Bosco Rabello, O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário