"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

SE MARINA DESCE, DILMA SOBE. APOIO DE FHC TEM REJEIÇÃO DE 58%


A pesquisa do Datafolha sobre transferência de votos e rejeição de apoios revela que o apoio mais rejeitado é o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: 58% do eleitorado não votariam no candidato apoiado por ele. Esta tendência prejudica a candidatura de Aécio Neves que recebeu, desde a primeira hora, o apoio do ex-presidente.
O Datafolha apontou várias alternativas nesse panorama geral. 

Depois de FHC, o apoio mais rejeitado seria o de José Serra: 54% não votariam no candidato indicado por ele. Interessante cotejar os posicionamentos adotados em relação às manifestações de Lula, de um lado, e de Fernando Henrique de outro.
Trinta e oito por cento votariam na candidatura apoiada por Lula. Doze por cento em quem FHC indicasse. Não votariam de maneira nenhuma no apontado por FHC 58% dos eleitores. 
Esse confronto baliza com nitidez como a opinião pública vê os dois ex-presidentes da república. A cada interpretação relativa ao levantamento do Datafolha, mais se consolida a candidatura Rousseff. Isso porque é improvável que, na perspectiva de um segundo turno, a soma dos sufrágios assinalados para Aécio (ou Serra) e de Eduardo Campos seja suficiente para ultrapassar os votos dados a Dilma.

E também, dentro da hipótese de Marina Silva ser mesmo a candidata do PSB, é tampouco possível que todos os eleitores de Aécio ou Serra e mais os destinados ao governador de Pernambuco caminhem unidos integralmente no sentido da ex-ministra do Meio Ambiente com o objetivo de impedir a reeleição da presidente da República. O panorama, assim, apresenta-se muito favorável à candidata da coligação PT-PMDB.
 
DESCONHECIMENTO
Inclusive porque o grau de conhecimento sobre o ingresso de Marina Silva no Partido Socialista Brasileiro, fundado na redemocratização de 45 por João Mangabeira, ainda é reduzido. Até agora, acentua o Datafolha, somente 37% tomaram conhecimento, enquanto 52% não possuem informação alguma. Onze por cento não souberam responder.
Se apenas a parcela de 37 pontos tomou conhecimento do fato, fração muito menor pode avaliar o que representa politicamente em matéria de reflexo.
Surpresa? Nem tanto. Os processos políticos são assim. Levam algum tempo para serem absorvidos pela sociedade. E quanto menor for o grau de instrução, maior será o prazo para uma compreensão mais nítida em torno das questões. 
Se até correntes mais preparadas confundem programático com pragmático, que dirá os grupos de conhecimentos mais simples? O fenômeno político tem estas características, é assim mesmo. O voto pode ter seus defeitos gerando diversos efeitos. Mas não existe nada melhor do que eleições para que governos se formem. A ditadura militar de 64 a 85, quando as armas votavam, constitui um exemplo inultrapassável.

16 de outubro de 2013
Pedro do Coutto

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