"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

HITLER E A CONTRA-REVOLUÇÃO CULTURAL

  
 
Entre outubro de 1901 e fevereiro de 1902, foi escrito por Lênin “Que fazer?” O livro foi publicado em março de 1902. Lênin sabia que para construir um partido verdadeiramente revolucionário, que pudesse cumprir as tarefas colocada pela revolução, era preciso derrotar em todos os campos as concepções que negavam o papel da teoria revolucionária, da construção de uma sólida organização partidária e da necessidade de colocar no centro da tática e da estratégia socialista a luta política contra a autocracia czarista.

A vitória do economicismo no interior do partido significaria a derrota da revolução russa. Afirmava Lênin que o livro resumia o conteúdo da ação política do movimento social-democrata russo, o planejamento desta ação e a construção de uma organização de combate para toda a Rússia.

No dia 13 de outubro 2013, conversaram através da internet, Olavo de Carvalho, Graça Salgueiro e Lobão. De tudo que foi dito talvez a maior mensagem deixada diga respeito ao que “não fazer” nesse momento. Mais do que claro ficou a importância de compreender a diferença entre trabalho político e aquilo que vou chamar aqui de “contra-revolução cultural”.

O grande equívoco ao pensar que Olavo, Graça e Lobão estivessem propondo estratégia e tática de combate ao PT reside em não saber diferenciar o tipo de poder que Lênin enfrentava e aquele que governa o Brasil hoje. Percebam que “Que fazer?” foi escrito muito antes de Gramsci e verão a pouca importância que devemos dar aos partidos e a luta política no nosso país no presente momento pois claro ficou entre os debatedores que é no campo da cultura que trava-se a batalha.

Olavo de Carvalho, de maneira brilhante, mostrou que mesmo durante o Governo Militar não houve oposição alguma ao movimento revolucionário comunista quando esse tomou conta das redações dos jornais, das universidades, das artes e de toda produção cultural brasileira. Ironicamente, até nas aulas de “Educação Moral e Cívica” de Lobão, aprendiam-se as letras de Chico Buarque. Sim, de Chico Buarque! O mesmo que agora assina manifesto em apoio a José Genoíno! Graça Salgueiro nos contou da sua “aversão pela política partidária” com palavras que faço minhas e deixou clara a diferença entre falta de esperança e sensatez quando se trata desse assunto.

O que pretendo, meus amigos, nesse texto – espécie de resenha daquilo que escutei ontem – é fazer um aviso aos colegas de profissão indignados com o Programa Mais Médicos: por favor não esperem uma “revolução médica no Brasil”. Não acreditem em partido nem em candidato algum e lembrem-se que não podemos em algumas semanas derrotar aquilo que vem sendo implantado desde a década de 1960 – a destruição de toda cultura e de todo pensamento crítico.

Pouco importa o partido que nos governará pois dezenas de milhões de pessoas que são contra o aborto, que se opõem ao casamento gay, que discordam da restrição da venda de armas à população..enfim que possuem valores que poderíamos chamar de “conservadores” - não tem representação política alguma nessa nação.

Com a licença de vocês, apresento aqui a expressão “contra-revolução cultural” e proponho seu uso para definir aquilo que Olavo, Graça, Lobão, Heitor de Paola e tantos outros entre os quais eu mesmo nos propomos fazer. Sem consultá-los sobre o termo – em si suspeito e que reconheço não soar muito bem à medida que leva a palavra “revolução” - não me ocorre definição melhor e que seja capaz de definir a frustração de quem não se sente representado por ninguém nem por força política alguma.

Certa vez Adolph Hitler – segundo o biógrafo Joachim Fest – afirmou que “toda força bruta que não estiver embasada na mais firme fé está fadada ao fracasso”. Declaro eu – para a alegria daqueles que querem me chamar de “nazista” - que nada pode ser mais irônico vindo de um genocida histérico; e que nada pode ser mais verdadeiro para quem quiser enfrentar o PT.
 
16 de outubro de 2013
Milton Simon Pires é Médico.

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