"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

Neurônios na fonte


“No mais, o governo federal tem esse compromisso com as 6 mil creches. Tem umas coisas entranhas, que eu sempre estou dizendo que é estranha. De repente, meu compromisso de 6 mil virou 8 mil, não sei muito bem de onde que apareceu os 8 mil. Mas quando aparece… ontem, outro dia eu disse: eu vivo perguntando para os meus botões quem são as fontes do Planalto, além das fontes de água, porque tem uma linda fonte de água. Mas as fontes do Planalto às vezes me intrigam. Porque de repente eu tinha na minha pauta 6 mil. Eu pergunto para mim mesma: quem foi que aumentou para 8 mil? Eu estou assumindo meu compromisso com 6 mil, e espero que as fontes do Planalto se restrinjam as fontes de água”.

Dilma Rousseff, na inauguração de Unidades Municipais de Educação Infantil em Belo Horizonte, internada por Celso Arnaldo ao deixar no ar uma pergunta que não quer calar: quem foi mesmo que inventou as 6 mil creches?

Neurônio sabido

“Se nós apostamos num país que nós queremos ver como uma nação desenvolvida, e não só como um país que a economia cresce e se desenvolve, mas um país em que também cresce junto com a sua economia a sociedade, e cresce, sobretudo, a nação”.

Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, no comício de inauguração de uma escola em Belo Horizonte, ensinando em dilmês primitivo que uma nação desenvolvida economicamente é um país cuja economia se desenvolveu.

Revolução no ensino

“Eu estava lendo ali na escada, está escrito assim na escada uma coisa que eu achei muito bonita: ‘tem escolas que são gaiolas, tem escolas que são pássaros.’ Essa escola aqui é uma escola pássaro. Uma escola que tem, até na sua arquitetura, ela induz as crianças a aprender e a aprender a voar. Eu acredito que poucas vezes a gente fica tão satisfeito quando a gente… nesse momento em que a gente visita uma escola com essas características. Aí você sente que o nosso Brasil está mudando mesmo e que essa é uma mudança inexorável, porque ela atinge as crianças”.

Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, no comício de inauguração de um estabelecimento de educação infantil em Belo Horizonte, explicando que no sistema educacional do Brasil Maravilha existem a escola-pássaro, onde se aprende a voar, e a escola-gaiola, onde se aprende a ficar preso até concordar com a lição resumida numa frase recitada em coro, de meia em meia hora, todos os alunos: “A presidenta falô que nós pode dizer que nós pega os peixe”.

Milagre companheiro

“Eu não vejo um processo de corrupção sistêmica no PT, pode haver casos isolados”.

Ricardo Berzoini, deputado federal pelo PT de São Paulo, anunciando ao mundo que a soma dos casos isolados de roubalheira envolvendo o companheiros gatunos supera qualquer onda de ladroagens provocada nos últimos 513 anos pela corrupção sistêmica.

Criatividade é tudo

“Não é por causa de cargos públicos que temos corrupção”.

José Guimarães, líder do PT na Câmara, patrão do inventor da cueca-cofre e irmão de José Genoino, garantindo que o partido continuaria colecionando maracutaias muito lucrativas mesmo se não existisse governo.
 

Pito no Pepe

“Eu quero informar a vocês que o ministro Pepe Vargas e seu ministério assumiram comigo o compromisso de ter 100 decretos de desapropriação até dezembro”.

Dilma Rousseff, sem revelar se chamou o ministro do Desenvolvimento Agrário de “meu querido” no começo do pito que Pepe Vargas levou depois que a chefe soube que nenhum imóvel rural foi desapropriado para fins de reforma agrária nos últimos 10 meses.

“Na verdade temos quase 130 áreas em condições de serem desapropriadas. Falamos em 100 porque isso permite uma margem interessante para se chegar à meta. Em todas elas já temos informações sobre o cumprimento social da área, o custo do assentamento das famílias e a viabilização econômica do projeto, com a geração de rendas famílias”.

Pepe Vargas, ministro do Desenvolvimento Agrário, mostrando que topa qualquer negócio para não levar dois pitos de Dilma Rousseff na mesma semana.

Haja propaganda

“A campanha teve como objetivo de prestar, de forma transparente, orientações aos beneficiários que estavam recebendo as chaves de imóveis do MCMV – tais como a conservação e manutenção da moradia, condições de instalação do sistema elétrico e hidráulico, economia de água e energia, dentre outros pontos importantes”.

Jorge Fontes Hereda, presidente da Caixa Econômica Federal, disfarçado de nota da assessoria de imprensa, explicando que o governo aumentou em 900% os gastos com propaganda do Minha Casa, Minha Vida não porque Dilma Rousseff já está em campanha pela reeleição, mas para prestar “ações de esclarecimento aos participantes do programa” e ensinar os novos moradores a viver em casas sem água e energia elétrica.

Novilíngua companheira

“Era um partido pequeno, que depois passou a ser grande e, como tal, foram aparecendo defeitos. Gente que dá muito valor ao Parlamento, outros aos cargos públicos”.

Lula, na entrevista ao jornal espanhol El País, ensinando que, na novilíngua companheira,  gente que dá muito valor ao Parlamento ou aos cargos públicos é a mesma coisa que “quadrilha do mensalão”.

Fome zero

“Esses protestos são saudáveis. Um povo faminto não tem disposição para a luta”.

Lula, em entrevista ao jornal El País, explicando que os protestos de junho só existiram porque todo mundo passou a comer as três refeições por dia que o inventor do Brasil Maravilha prometeu em 2003.

Caso perdido

“O que não pode se admitir é que depois que uma pessoa se submete a um processo e não se descobre nada, ninguém peça desculpas”.

Lula, em entrevista ao diário espanhol El País, sem revelar se também acha que uma pessoa com culpa no cartório deve pedir desculpas quando se descobre tudo, como nos casos do mensalão e de Rosemary Noronha, fora o resto.

23 de outubro de 2013
in Augusto Nunes

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