"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

BRASIL VAI NA CONTRAMÃO DO MUNDO E CORTA INVESTIMENTO EM PESQUISA E INOVAÇÃO

 
Os investimentos feitos pelas empresas brasileiras em Pesquisa e Desenvolvimento tiveram retração de 18,3%, segundo estudo da consultoria internacional Booz & Company. Os gastos passaram de US$ 3,7 bilhões para US$ 3 bilhões no período.
 
A tendência está na contramão do que ocorre no mundo. Os investimentos em P&D cresceram 5,5% em relação ao ano passado e chegaram ao valor de US$ 638 bilhões, segundo estudo com mil companhias de capital aberto - o Global Innovation 1000.

Estão na lista das que mais investem nessa área seis companhias: Vale (95ª posição); Petrobras (119ª); Gerdau (714ª); Totvs (902ª); CPFL Energia (937ª) e Embraer (985ª).
 
Segundo a consultoria, além de elas perderem posições em relação ao ano passado, a Copel (Companhia Paranaense de Energia), que havia entrado no ranking em 2011, o deixou neste. As seis empresas também reduziram os valores investidos na comparação com os recursos aplicados nesse setor em 2012.
 
Reportagem da Folha mostrou em setembro que a indústria de transformação brasileira gastou cerca de R$ 12 bilhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação no ano passado -o valor é metade dos gastos para pagar tributos (R$ 24,6 bilhões). Os dados são do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, federação das indústrias paulistas.
 
RESULTADO X INVESTIMENTO
 
Um dos pontos destacados em relação aos investimentos globais é que, apesar de as empresas aplicaram mais recursos em P&D (tendência contrária do que ocorreu no Brasil), esses valores mais elevados não garantiram melhores resultados financeiros para as empresas.
 
Segundo o estudo, essas companhias gastaram 8,1% de seus orçamentos de P&D em ferramentas digitais para aumentar produtividade e viabilizar os processos de inovação.
 
Entre as mais inovadoras, Apple e Google encabeçam o ranking pelo quarto ano consecutivo. Em terceira colocação, está a Samsung, que tirou a 3M da posição.
 
A Amazon subiu da décima para a quarta posição. A 3M ficou em quinto lugar, seguida por GE, Microsoft e IBM. A Tesla, que entrou na listagem neste ano, ficou na nona colocação. O Facebook reaparece em décima posição, depois de ficar ausente no ano passado, segundo cita o levantamento.
 
Por região, as taxas de gastos com P&D aumentaram mais em empresas sediadas na China, com expansão de 35,8% no período entre 2012 e 2013.
 
Ainda segundo o estudo, 90% dos investimentos globais feitos neste ano nessa área foram de empresas norte-americanas, europeias e japonesas. Apesar das dificuldades econômicas na Europa, o levantamento destaca que os investimentos em P&D nessa região cresceram 4,5%.
 
Já os investimentos no Japão caíram 3,6% em 2013. "É a primeira vez, desde a recessão de 2008-2009, que uma economia desenvolvida apresentou queda nos gastos com inovação", destaca o estudo.
 
Por setor, 65% do total global investido em P&D vieram das indústrias de computadores & eletrônicos, das farmacêuticas e das empresas do setor automotivo.

23 de outubro de 2013
CLAUDIA ROLLI - Folha de São Paulo

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