Hoje os jornais revelam que as grandes empresas globais não entraram no leilão de Libra porque a Petrobras decidiu participar de um dos consórcios. "A Petrobras já seria operadora de qualquer jeito, se decidiu fazer um consórcio, era para ganhar, e o melhor era ir com ela", disse à Folha o presidente da Ecopetrol no Brasil, João Clark. A estatal já tinha 30% obrigatórios e comprou mais 10%, ficando como maior acionista individual no campo.
A participação da Petrobras espantou outros concorrentes. A estatal, endividada e desvalorizada, foi obrigada pelo governo petista a colocar 10% a mais de capital, o que a torna a maior acionista, mas também a maior responsável pelos investimentos. E esta decisão chancelou a vitória de forma antecipada, fazendo com que não houvesse ágio em relação à oferta mínima de 41,65% de retorno do petróleo produzido para a União.
Se houvesse concorrência, que foi inibida pelo modelo ridículo montado por Dilma, possivelmente outra empresa teria colocado os 10%. E o petróleo recebido de volta seria superior ao mínimo de 41,65%.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura Adriano Pires, o modelo adotado no país para a venda do pré-sal é "perverso". "Se você já diz que a Petrobras será operadora única, não deveria deixar a Petrobras entrar no leilão. Na medida em que ela entra no consórcio, você desestimula a criação de outros, todos querem ir com a Petrobras." Ele afirmou que o maior perdedor do leilão de anteontem foi o próprio governo e que, por mais que seus integrantes tentem disfarçar, um leilão sem ágio sempre será considerado um fracasso.
(Com informações da Folha de São Paulo)
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