Segundo o dicionário (Michaelis UOL,2008) “Telejornal é um noticiário jornalístico transmitido pela televisão, geralmente acompanhado de cenas cinematográficas dos principais acontecimentos” A criação do tejornalismo deu-se após a popularização do cinema tornando-se atraente filmar notas informativas.
Dias a fio somos bombardeados por uma gama de acontecimentos sensacionalistas, sejam em sites, jornais, revistas e emissoras de televisão, que na grande maioria utilizam com freqüência o sensacionalismo para tirar proveito da morte e das suas conseqüências. Acidentes, assaltos seguidos de morte, catástrofes naturais e barbáries, leitores e telespectadores submetidos a uma carga emocional sem precedentes.
O apelo sensacionalista demonstra a adesão total ao mercado. A imparcialidade foi posta à prova, o compromisso ético foi posto a prova e poucos são os profissionais que assumem a postura passada na sala de aula tornando real a frase de Saramago: "Aprender com a experiência dos outros é menos penoso do que aprender com a própria".
Isto porque pratica um jornalismo miserável, mas segundo eles popular, com notícias e discussões que mostram e afetam a vida das pessoas em camadas da mais baixa renda na sociedade e na capital.
As informações ficam enormes, são manipuladas e reprisadas centenas de vezes, causando uma histeria coletiva levando a sociedade a pensar de uma mesma forma com conseqüências que podem afetar até as famílias dos envolvidos.
Manipular, transformar a noticia em algo parcial ou incompleto apresentando a informação em formato exagerado ou enganador é típico do jornalismo sensacionalista.
Provocar comoção nos ouvintes e telespectadores por causa das formas espalhafatosas de apresentar um jornal por parte dos apresentadores e utilizar imagens fortes e repetitivas aliadas a notícias bizarras para entreter as pessoas causando o aumento da audiência se enquadra no universo sensacionalista.
Caso houvesse uma censura rígida daquilo que deve ou não se falar ou até mesmo do que é mostrado, arrisco dizer que os dispositivos de mídia tenderiam a se especializar, formando cada dia uma forma diferente de usar a desgraça alheia aliada ao falso moralismo.
Seguindo esse pensamento e exemplo, temos os grandes e “famosos” jornais “Brasil Urgente” da TV Band, o “Balanço Geral” e o “Cidade Alerta” da Rede Record, todos campeões na arte de viver das mortes das pessoas e que apelam descaradamente afirmando com a maior cara de pau que naquele canal você está muito bem informado. Esses veículos apelativos têm como características na sua programação o telejornalismo “faca na Caveira”, voltado para as classes de menor poder aquisitivo e torcem para o “circo pegar fogo", afinal isso da ibope, e só para lembrar os comentários televisionados no caso do "Goleiro Bruno"(2010) que nos deixa a impressão que mataram a mesma mulher mais de cem vezes.
O que deve se saber é que devemos gerar a reflexão e o alicerce para que critérios de julgamento sejam interpretados pelos receptores.
Felizmente uma das poucas coisas que confortam é que temos o Observatório da Imprensa que exerce o importante papel junto com a internet de facilitar o acesso á informação, até mesmo usada por jornalistas que o utilizam para desenvolver a até criticar as “funerárias da aurora” que nada mais são do que um somatório de crimes e escândalos.
Assim encontra-se o perfil do noticiário brasileiro. Fazem política e dizem que não fazem; afirmam que a política é tudo de ruim que existe no País e ao mesmo tempo são parte dela, sem assumir-se.
O sensacionalismo não está ligado apenas a uma ideia espalhafatosa de divulgar uma notícia. Segundo Marcondes Angrimani (1994) “sensacionalismo é o grau mais radical de mercantilização da informação, serve como desviante ideológico constituído de nutrientes psíquicos, extraindo do fato, da notícia, a sua carga emotiva e apelativa e a enaltece. Fabrica uma nova notícia que a partir daí passa a se vender por si mesma”.
Não serei hipócrita e chamar todo seu conteúdo de supérfluo, claro que existem semelhanças com a prestação de serviço e a prática nas questões do dia-a-dia.
Sejam questões de interesse publico ou privado, os jornais sem exceção tem aspecto positivo na entrega da informação e pode ajudar muito àqueles que se preparam para mais uma jornada de trabalho.
Sejam questões de interesse publico ou privado, os jornais sem exceção tem aspecto positivo na entrega da informação e pode ajudar muito àqueles que se preparam para mais uma jornada de trabalho.
Previsão do tempo, o transito na cidade, inscrições em concursos e imposto de renda, estão ou estariam entre assuntos pertinentes.
Com o slogan “A caminho da liderança” o jornalismo popular da TV Record se intitula como porta voz da população e tem a marca da linguagem simples e acessível, realizando o papel de “tradutor” da noticia.
É evidente que as classes C,D e E têm certa dificuldade para entender o que está sendo dito nos telejornais tradicionais, porém sabemos que existe a facilidade de distinguir uma boa noticia de uma má.
Em tom irônico ressalto que essa frase não muito diferente daquela que se preocupa com prestação de serviço e a ética, arrisco dar um exemplo, porque não informar como será o tempo na capital o trânsito na cidade e até mesmo porque não falarmos em ecologia! Porque não discutir sobre as políticas implementadas, discutir se o Prouni tem ajudado a população ou não e se o PAC está funcionando como deveria.
Rotulo o “Balanço Geral” como um programa sensacionalista, a imagem séria se perdeu ou nunca houve e o apresentador vira fantoche do ponto eletrônico que fala aos seus ouvidos. Humilhar colegas de trabalho ao vivo vira rotina nesses programas. Possuir trejeitos exagerados torna-se graça na televisão a ponto do apresentador atirar o sapato no chão como forma de indignação, talvez esperando que a sociedade de baixa renda se identifique com ele como espécie de defensor da luta e da igualdade.
Não podemos nos esquecer de citar também destaques a outros programas sensacionalistas e de auditório como: o Super Pop da Redetv, o programa da Sonia Abrão, o Ratinho no SBT e, por que não citar, o Pânico na TV, outra cria da Rede TV, que toma o sensacionalismo carro-chefe das matérias no programa. E, diga-se de passagem, o Pânico chegou a tirar a hegemonia de mais de trinta anos do Fantástico, mesmo que por pouco tempo, por causa do sensacionalismo de suas matérias.
Contudo, nos canais de TV paga a criação e os assuntos são gerados com uma tranqüilidade bem diferente da que estamos acostumados a ver nos canais abertos a noticia é menos apelativa e tem um publico mais especifico.
Já nos auditórios a TV paga busca sempre programas relacionados à saúde ou alimentação e imitam programas americanos. Resultando num grande Crescimento da TV fechada logo no começo dos anos 2000, propositalmente criada para tentar escapar dos programas de apelação que a cada dia estavam mais e mais exagerados explícitos e infames.
23 de outubro de 2013Sidney Santos Joaquim é Jornalista
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