A indústria tem um peso na economia brasileira tão grande quanto tinha em 1955, antes de Juscelino Kubitschek chegar à Presidência e anunciar seu Plano de Metas para o desenvolvimento do país.
A produção do setor corresponde, atualmente, a 13,3% do PIB (produto interno bruto); em 1955, eram 13,1%, segundo o estudo “Por que reindustrializar o Brasil?”, divulgado nesta quarta-feira (28) pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
De acordo com o estudo, a desindustrialização no Brasil começou na década de 1980, após a participação do setor no PIB atingir um pico de 27,2%. A projeção da Fiesp é de que, se a atual tendência continuar, a proporção tende a chegar a 9,3% em 2029 ou antes.
A princípio, os dados poderiam levar a crer que a indústria perdeu importância para o país, tornando-se uma atividade secundária para o crescimento econômico, uma vez que o setor de serviços gera mais da metade do PIB.
A Fiesp, no entanto, defende nesse estudo uma tese exatamente oposta. Afirma que, se a tendência de queda da participação da indústria no PIB se mantiver, junto com uma baixa taxa de investimento das empresas, “as perspectivas de o país atingir um nível de renda per capita minimamente compatível com o patamar dos países desenvolvidos se mostram cada vez mais distantes”.
A entidade argumenta que, nos países ricos, primeiro houve uma forte industrialização, o que permitiu o aumento da renda per capita. A desindustrialização só começou quando o PIB atingiu o nível de cerca de US$ 20 mil por habitante.
Um ponto comum de todos os países com mais de 25 milhões de habitantes que conseguiram atingir uma renda per capita de US$ 20 é que, em todos eles, esse patamar foi atingido quando a indústria representava mais de 20% do PIB, segundo a pesquisa.
Por isso, a Fiesp acredita que o Brasil teve uma “desindustrialização prematura” e “acelerada”. A proposta dos representantes da indústria é de que o governo crie as condições para que o segmento se desenvolva e ajude a aumentar a renda per capita do país.
O estudo calcula que para dobrar a renda per capita do país em 20 anos não é preciso crescer a taxas chinesas. Basta que o PIB avance 4% ao ano. Se a meta for dobrar a nossa renda per capita em 15 anos, a economia deveria se expandir 5,3% ao ano, diz a Fiesp.
28 de agosto de 2013
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