Julian Assange, um membro da cultura cypherpunk e editor do site Wikileaks, é um dos mais ferrenhos defensores da liberdade e privacidade na web estando entre os primeiros a alertar sobre os perigos da ciberespionagem praticada por governos contra seus cidadãos e o dos demais países da comunidade internacional. Chegou a afirmar que a sociedade online possuía uma tendência de ser dividida entre “interceptores e interceptados”, o que considera uma nova forma de totalitarismo. Em 2010, com as revelações de Bradley Manning, entregando cópias de milhares de documentos secretos da inteligência militar e diplomática norte americana ao Wikileaks, as ideias de Assange a este respeito, passaram a ser conhecidas internacionalmente, mas ainda com certo ceticismo, por parte da opinião pública mundial que o via como um teórico da conspiração.
Ele criou muita polêmica ao alertar que as empresas que desenvolvem softwares possuíam vínculos estreitos com a comunidade de inteligência dos EUA uma vez que seus engenheiros e matemáticos eram, em sua maioria, oriundos da Agência de Segurança Nacional (NSA) e que, “estes dispositivos são deliberadamente falhos com um propósito específico, o de permitir o acesso a segredos e informações confidenciais de qualquer natureza”. E o fato de que, dez das doze empresas provedoras da internet existentes no mundo serem norte americanas, aumentava consideravelmente a possibilidade de acesso não permitido a dados confidenciais de governos, empresas privadas ou mesmo pessoais em momento oportuno.
Dois anos após os episódios que culminaram com o maior vazamento de documentos sigilosos da história da inteligência estadunidense, surge um terceiro personagem, que viria ratificar, de forma inconteste, o posicionamento inicial de Assange. Edward Snowden, que assim como Manning, foi um segundo “homem bomba” por suas revelações bombásticas publicadas no jornal inglês The Guardian, sobre programas ultrassecretos desenvolvidos especificamente para permitir o acesso a informações sigilosas e a existência de uma rede de espionagem global liderada pela NSA que violava e-mails e telefonemas deliberadamente, a partir dos atentados terroristas de 11-S, com diferentes motivações além do discurso diversionista de proteção a segurança nacional. A prova material se revelou com a espionagem a países membros da ONU, por ocasião da votação de sansões contra o Irã, por conta de seu programa nuclear, onde a vitória na aprovação destas sansões já era conhecida antes mesmo de ser votada.
A partir de Snowden, outros fatores, aparentemente inocentes, passaram a fazer sentido no quebra-cabeça da espionagem digital. O principal, talvez seja a existência do megacomplexo da NSA em Utah, com capacidade para armazenar a colossal cifra de cinco trilhões de gigabytes ou o equivalente a 250 bilhões de DVDs.
Embora até o momento, a espionagem possa estar direcionada para fins econômicos, de segurança e defesa e outras questões estratégicas de interesse dos EUA e de outras nações, surge uma grande e preocupante incógnita em todo este cenário. Estaríamos diante de uma nova forma de dominação digital? O ciberespaço seria o substituto das armas nucleares em um novo conflito psicológico assim como ocorreu na Guerra Fria?
Ele criou muita polêmica ao alertar que as empresas que desenvolvem softwares possuíam vínculos estreitos com a comunidade de inteligência dos EUA uma vez que seus engenheiros e matemáticos eram, em sua maioria, oriundos da Agência de Segurança Nacional (NSA) e que, “estes dispositivos são deliberadamente falhos com um propósito específico, o de permitir o acesso a segredos e informações confidenciais de qualquer natureza”. E o fato de que, dez das doze empresas provedoras da internet existentes no mundo serem norte americanas, aumentava consideravelmente a possibilidade de acesso não permitido a dados confidenciais de governos, empresas privadas ou mesmo pessoais em momento oportuno.
Dois anos após os episódios que culminaram com o maior vazamento de documentos sigilosos da história da inteligência estadunidense, surge um terceiro personagem, que viria ratificar, de forma inconteste, o posicionamento inicial de Assange. Edward Snowden, que assim como Manning, foi um segundo “homem bomba” por suas revelações bombásticas publicadas no jornal inglês The Guardian, sobre programas ultrassecretos desenvolvidos especificamente para permitir o acesso a informações sigilosas e a existência de uma rede de espionagem global liderada pela NSA que violava e-mails e telefonemas deliberadamente, a partir dos atentados terroristas de 11-S, com diferentes motivações além do discurso diversionista de proteção a segurança nacional. A prova material se revelou com a espionagem a países membros da ONU, por ocasião da votação de sansões contra o Irã, por conta de seu programa nuclear, onde a vitória na aprovação destas sansões já era conhecida antes mesmo de ser votada.
A partir de Snowden, outros fatores, aparentemente inocentes, passaram a fazer sentido no quebra-cabeça da espionagem digital. O principal, talvez seja a existência do megacomplexo da NSA em Utah, com capacidade para armazenar a colossal cifra de cinco trilhões de gigabytes ou o equivalente a 250 bilhões de DVDs.
Embora até o momento, a espionagem possa estar direcionada para fins econômicos, de segurança e defesa e outras questões estratégicas de interesse dos EUA e de outras nações, surge uma grande e preocupante incógnita em todo este cenário. Estaríamos diante de uma nova forma de dominação digital? O ciberespaço seria o substituto das armas nucleares em um novo conflito psicológico assim como ocorreu na Guerra Fria?
27 de agosto de 2013
André Luís WoloszynAnalista de Assuntos Estratégicos
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