De fato, o Brasil está parecendo uma republiqueta de bananas podres… O governador do Amazonas, José Melo, do PROS, foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral há exatamente um ano e continua no poder, porque até hoje o Tribunal Superior Eleitoral não julgou o recurso dele. A esse respeito, recomenda a leitura desse editorial do Site Migalhas, especializado em assuntos jurídicos. É uma avaliação bastante isenta sobre os fatos ocorridos em Manaus.
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GOVERNADOR TEME POR SUA CABEÇAEditorial do Site Migalhas
GOVERNADOR TEME POR SUA CABEÇAEditorial do Site Migalhas
A imprensa, e estamos aqui incluídos, deve fazer hoje seu mea culpa. E fazê-lo porque o Estado do Amazonas é muito mal coberto, jornalisticamente falando. As distâncias geográficas tiram a atratividade da notícia, de modo que o leitor do resto do país não se coloca no lugar do noticiado, o que faz com que os fatos, de certa forma, não tenham a divulgação que merecem.
E por que falamos isso? Porque não é de hoje que a situação do Estado é periclitante. Há suspeitas, segundo O Globo, até de que o governador tenha recebido apoio político, para se reeleger, exatamente de uma das facções que praticou a barbárie no presídio (clique aqui). E mais, de acordo com O Antagonista, o governador recebeu doações de empresa que administra o presídio (clique aqui).Mas estas notícias ficam assim, como se tudo fosse normal. Não é. Não é. E não é.
De Manaus, já vieram outras tantas histórias estranhas envolvendo o atual governador. Ele é acusado de mil e uma coisas. Mas então como ainda administra o Estado, pergunta o leitor ? E a resposta é simples, e vem com outra pergunta.
O leitor sabe que ele é um governador cassado? Sim, o TRE/AM cassou o governador em janeiro de 2016. Ele entrou com recurso e inexplicavelmente o presidente do TSE não se dignou a pôr em pauta o caso para julgamento.
Aliás, há, a nosso ver, um erro regimental no TSE, que deve existir também em outras Cortes. E explicamos. O processo, sendo liberado pelo relator (como é o caso do recurso do governador), deveria ir à pauta por ordem de liberação, sem que a escolha fique ao talante do eventual presidente. Mas há mais. No caso, o presidente do TSE está impedido, e mesmo assim o caso fica ao alvedrio do humor de S. Exa. em colocá-lo ou não em pauta.
Semana passada, vimos uma das consequências de ter-se um governador cassado há um ano comandando gostosamente o Estado mesmo sob acusações gravíssimas : ele teme que lhe cortem a cabeça, metaforicamente falando, mas pouco importa se dezenas são literalmente decapitadas.
08 de janeiro de 2017
Celso Serra
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