"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 8 de janeiro de 2017

SE NÃO DEMITIR O SECRETÁRIO DA JUVENTUDE, É MELHOR TEMER PEDIR LOGO O BONÉ...


O secretário da Juventude, Bruno Júlio, ao lado de Michel Temer (Foto: Reprodução/Facebook)
Este assessor de Temer necessita de cuidados especiais
O secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio, deu uma declaração polêmica sobre as chacinas nos presídios de Roraima e Manaus. Bruno Júlio, que é filiado ao PMDB e foi nomeado para a secretaria em junho do ano passado, afirmou que tinham que ter matado mais presos e que deveria haver uma chacina por semana. O secretário da Juventude deu a declaração para a coluna do jornalista Ilimar Franco, do jornal “O Globo”.
“Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, não é? Sou meio coxinha. Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana.”
Entre domingo (1º) e segunda (2), 56 presos foram mortos em uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus. Já nesta sexta-feira (6), 31 presos foram mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, a maior de Roraima.
“Isso que me deixa triste. Olha a repercussão que esse negócio do presídio teve e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas. Os que não têm nada a ver com nada que se explodam?”.
“NÃO FIZERAM NADA?” – “Os santinhos que estavam lá dentro que estupraram, mataram [chamam de] ‘coitadinho’, ‘ai, meu Deus, eles não fizeram nada’, ‘foram [mortos] injustamente’… Para, gente!”, continuou o secretário. “Esse politicamente correto que está virando o Brasil está ficando muito chato.”
Bruno Júlio é investigado por agredir a mulher em Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Civil mineira, em outras duas investigações, ele foi acusado de lesão corporal pela ex-mulher e de assédio sexual por uma funcionária.
A denúncia de agressão foi feita pela companheira do secretário em abril do ano passado na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher, em Belo Horizonte.
Segundo a polícia, a vítima relatou que Bruno Júlio a puxou pelo cabelo e deu tapas em seu rosto. A investigação, coordenada pela delegada Ana Paula Balbino, ainda não foi concluída.
LESÃO CORPORAL – Em outro caso, registrado como lesão corporal, Bruno Júlio é suspeito de agredir com socos, tapas, chutes e puxões de cabelo a mulher com quem tinha uma união estável em março de 2014. À época, ela ainda relatou à polícia que foi ameaçada com uma faca porque o então companheiro não aceitava o fim do relacionamento.
Na ocasião, por meio de nota, ele confirmou que teve um relacionamento com a mulher, com quem teve uma filha. O secretário informou ainda que a criança está sob sua guarda, o que, segundo ele, demonstra “ser prova mais do que suficiente da solidez do relacionamento” que tem com a ex-companheira. Bruno Júlio destacou ainda que sua “relação familiar sempre se pautou pelo respeito e confiança”.
ASSÉDIO SEXUAL – Em novembro de 2015, o secretário foi acusado de assédio sexual por uma funcionária. Na denúncia, a mulher contou que era ameaçada de demissão caso não saísse com ele.
A vítima disse à polícia que era perturbada e constrangida pelo patrão com elogios e convites para acompanhá-lo em viagens. De acordo com a polícia, ela entregou à delegada mensagens das ameaças enviadas por celular pelo secretário.
Ainda em nota, Bruno Santos afirmou que a acusação de assédio é frágil e que a denúncia somente ocorreu depois do comunicado da exoneração à funcionária. “Não passou de retaliação”, afirmou o secretário. Na nota, o secretário não se posicionou sobre a investigação em andamento.
SERÁ EXONERADO? – A Secretaria da Juventude é vinculada à Secretaria de Governo, e o salário do cargo é de R$ 13.974,20. Licenciado da Juventude do PMDB, Bruno Júlio é filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB), que, atualmente, ocupa uma cadeira de deputado na Assembleia Legislativa de Minas.
Segundo o colunista de ‘O Globo’ Jorge Bastos Moreno, o presidente Michel Temer examina exonerar o secretário.
A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto não vai comentar o comentário do secretário. Já a Secretaria de Governo, a quem Bruno Júlio é subordinado, ainda não se manifestou.

08 de janeiro de 2017
Deu no G1, Brasília

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