Raymundo Costa, que escreve no Valor e tem fontes seguras dentro do PT, dá em sua coluna de hoje – “O entulho do impeachment” – informações precisas que confirmam o que venho dizendo aos leitores do Vespeiro e do Estadão: a ninguém interessava mais que ao próprio PT o impeachment de Dilma porque jogar no colo da “oposição” o abacaxi que ele plantou é o unico modo do partido garantir a própria sobrevivência.
A ala majoritária do PT, comandada por Lula e que já queria te-la tirado do caminho desde antes da reeleição de 2014, não participou da conspiração que acabou levando os patriotas Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski a dar uma sobrevida a Dilma para livrar a cara, de uma só tacada, de todos os estupradores do povo brasileiro juntos.
A armação correu exclusivamente por conta da facção Mensagem ao Partido, “a maior de todas as alas minoritárias do PT”. São próceres desse grupo José Eduardo Cardoso, Tarso Genro, e os deputados Paulo Teixeira (SP) e Henrique Fontana (RS), responsáveis por terem “feito a cabeça de Dilma” em 2013 para não ceder a candidatura presidencial a Lula, convencendo-a de que o sucesso que herdara decorria dos seus próprios méritos.
Tudo que Lula queria era que fosse “construida a narrativa do golpe” a partir da qual ele se lançaria em 2018 por cima dos escombros que esperam colher do governo Temer. Estava adorando a marcha do impeachment e tinha oferecido a Dilma nada mais que a presidência da Fundação Perseu Abramo.
Ou seja, nem para o PT velho de guerra ocorreu uma manobra com a quantidade de peçonha da “meia sola” de Renan e Lewandowski. Mas a “presidenta honesta” e seu fiel escudeiro nem pestanejaram. Jogaram o Brasil moribundo na cova das serpentes do banditismo político pra ver se sobra alguma coisa pra eles.
A criatura, portanto, defrontou-se com “o pai” e “matou-o” pela segunda vez. Mas sabe que não se elege nem pra síndica desse prédio de Ipanema de R$ 5 mil que achou pra morar. Agora vem vindo das profundezas o “filho” da criatura...
* Lula e Jose Eduardo Cardoso não se bicam desde os tempos em que ele chefiou a Comissão Especial de Investigação interna que apontou as culpas dele e de Paulo Okamoto no Escândalo da Cepem, as primeiras roubalheiras do PT em prefeituras denunciadas por Paulo de Tarso Venceslau ao Jornal da Tarde em 1993, quando o partido ainda era "virgem".
08 de setembro de 2016
Vespeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário