O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, comentou nesta terça-feira (6) o andamento dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, os casos na Corte têm ritmo “mais lento” por serem conduzidos por um tribunal, não pela Justiça de primeiro grau. “O tribunal não foi feito para formar processo, o tribunal foi feito para julgar recurso. Quando se inverte a lógica fica mais lento mesmo”, disse Janot. De acordo com o procurador-geral, isso acontece em “qualquer tribunal”.
Os primeiros inquéritos da Lava Jato no STF foram abertos em março de 2015. Até agora, três denúncias foram aceitas e nenhum político foi condenado.
É CRÍTICA, SIM – Questionado se as observações sobre o ritmo são uma forma de crítica ao foro privilegiado, que faz com que processos penais contra autoridades como senadores e deputados com mandato tenham que ser processados perante a Corte, Janot respondeu: “Na extensão que está, é”.
Janot ressalvou que o Supremo tem tomado “todas as providências” para agilizar os processos penais e citou como exemplo a passagem de julgamentos das investigações criminais para as duas Turmas da Corte, compostas por cinco ministros cada. “Ele (o Supremo) está fazendo o que pode”, afirmou Janot, ao deixar sessão do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Tradução simultânea: com meses de atraso, aparece uma figura de destaque na República para concordar com a denúncia do ministro Luís Roberto Barroso e reconhecer que o Supremo não tem condição de levar a termo os mais de 200 inquéritos envolvendo deputados, senadores e ministros. Janot é a primeira autoridade a reconhecer publicamente que Barroso está com a razão, e o fato concreto é que a “morosidade” do Supremo também pode ser conhecida pelos codinomes de “prescrição” e “impunidade”. Se o país fosse minimamente sério, a denúncia de Barroso já teria extinguido o foro privilegiado e restabelecido o primado da Justiça. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Tradução simultânea: com meses de atraso, aparece uma figura de destaque na República para concordar com a denúncia do ministro Luís Roberto Barroso e reconhecer que o Supremo não tem condição de levar a termo os mais de 200 inquéritos envolvendo deputados, senadores e ministros. Janot é a primeira autoridade a reconhecer publicamente que Barroso está com a razão, e o fato concreto é que a “morosidade” do Supremo também pode ser conhecida pelos codinomes de “prescrição” e “impunidade”. Se o país fosse minimamente sério, a denúncia de Barroso já teria extinguido o foro privilegiado e restabelecido o primado da Justiça. (C.N.)
08 de setembro de 2016
Deu em O Tempo
(Agência Estado)
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