No dia 29 de agosto de 2016, a minissérie global “Justiça”, seguindo uma antiga tradição na dramaturgia brasileira, que consiste invariavelmente em tratar bandidos como heróis do “povo” e policiais como serviçais das “elites”, fez de um sargento da PM o grande vilão da trama.
Na mesma noite, e quase no mesmo horário, um grupo de petistas, black blocs e demais comunistas espancavam um homem que gritara “Viva a PM!” na Av. Paulista. Acusavam-no de “fascista” – rótulo pelo qual os comunistas sempre desumanizaram os seus adversários (inclusive internos) antes de eliminá-los.
Há alguns meses, uma campanha publicitária de uma marca norueguesa de materiais esportivos apresentava o craque Ronaldinho Gaúcho salvando – sim, isso mesmo, salvando! – um garoto perseguido por PMs numa favela carioca. Simbolizando ousadia e heroísmo, o menino levantara o dedo médio para os policiais, mandando-os ir “se f…”
E, com o vazamento dos dados da Open Society, de George Soros, ficamos sabendo que, na planilha em que aparece o montante doado pelo bilionário globalista ao “coletivo” Mídia Ninja, este último é descrito como “o olho coletivo para reduzir a violência policial”. Na descrição dos objetivos do projeto, lê-se: “Fortalecer uma estrutura de mídia independente no Brasil visando a reportar, promover discussão e inibir a violência policial contra manifestantes”.
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Esses fatos são desconexos apenas em aparência. As campanhas anti-PM (muitas das quais sob o mote bonitinho da “desmilitarização”) tendem a se multiplicar e intensificar nos próximos anos. Elas são um componente essencial na vasta estratégia globalista de enfraquecimento dos poderes locais – sejam elas de ordem militar, política, econômica ou cultural – em favor da consolidação do governo mundial.
Note-se que a agenda é veiculada fielmente tanto pela grande mídia (sobretudo a ultra-progressista Rede Globo) quanto pela assim chamada “mídia alternativa”, o que mostra inequivocamente – como bem explicou Olavo de Carvalho no artigo “O Mito da Imprensa Nanica” – que essa distinção é, ela própria, totalmente fraudulenta, pois que ambas as mídias servem ao mesmo senhor.
Só para constar: queremos todos uma polícia decente e cumpridora da lei, uma polícia livre de bandidos e psicopatas. Policial militar é uma profissão nobre, e os profissionais dedicados, assim como a instituição como um todo, devem ser defendidos e incentivados. A população honesta e trabalhadora precisa disso.
Slogans como “Não acabou, tem que acabar”, “Desmilitarização já!” ou “PM fascista” são mera gritaria de militantes chiliquentos que vivem no mundo da lua e buscam politizar o problema em causa própria. O ataque ideológico às polícias militares, movido por ativistas maliciosos e uma multidão de idiotas úteis, só pode prejudicar os interesses da maior parte da população.
Trata-se, aliás, de um método político muito bem pensado e estudado, cujo resultado só pode ser o aumento da violência, o esgarçamento da sociedade civil e o fortalecimento de poderes centralizadores. Foi exatamente isso que se deu na Venezuela, por exemplo, onde a campanha de desmoralização das polícias partiu, antes de mais nada, do próprio governo chavista. O sociólogo venezuelano Roberto Briceño León explica:
“Quando o tenente-coronel Chávez andava em campanha eleitoral no ano de 1998, cometeram-se 4.550 homicídios em todo o país. Seis anos depois do seu governo, houve 13.288 homicídios, quase três vezes mais. A taxa de homicídios, que em 1998 era de 19,5 por cem mil habitantes, passou para 51 homicídios por cem mil habitantes no ano 2003, isto é, um acréscimo de 20 pontos, sem que então houvesse uma declaração formal de guerra…”
“Por um lado, a crise política empurrava a violência e, por outro, o governo impedia o seu controle e repressão. E o fazia de todas as formas possíveis. Isto é, com intenção ou sem ela, como uma estratégia política ou como uma conseqüência indesejável, os resultados são visíveis.”
“[H]á políticas que favorecem a violência. Uma delas tem sido o DESCRÉDITO SISTEMÁTICO ao qual foi submetida a polícia e que levou tanto para uma campanha de agressões e desqualificações verbais, como as medidas de DESARMAMENTO dos funcionários.”
“Isso não parece ser casualidade. Em diversas oportunidades o presidente da república tem se dedicado a contradizer uma velha crença popular venezuelana. Por décadas, ensinou-se às crianças venezuelanas que ‘a violência é a arma dos que não têm razão’. A expressão tem sido difundida como um valor destinado a desestimular a maneira violenta de resolução de conflitos entre os grupos de menores de idade nas escolas e vizinhanças, embora também entre as pessoas adultas, sobretudo na passagem da vida rural para a vida urbana. Tem sido surpreendente observar como, nos longos discursos de várias horas por todas as rádios e todos os canais de TV, o presidente tem falado várias vezes que tal afirmação ‘não é verdade’, sugerindo que a violência pode ser usada e procurando mudar uma idéia que ele sabe fortemente arraigada na população.”
“Não é de se estranhar, então, que em 1999 se atingisse 5.974 homicídios, que no ano 2002 chegaram a 9.244 e que em 2003 superaram as 13 mil vítimas. Quer dizer, os homicídios triplicaram em seis anos da chamada ‘revolução bonita'”.
O aumento da criminalidade nas grandes cidades dos países em desenvolvimento, longe de obra do acaso, é o resultado de uma mesma ideologia e prática política. Trata-se da violência e da insegurança generalizadas artificialmente produzidas, como forma de controle político.
O problema só tende a aumentar agora que a extrema-esquerda saiu da situação para a oposição. Pela reação das viúvas do PT na própria noite em que foi sacramentado o impeachment de sua presidente, podemos esperar um terrível recrudescimento nos atos de vandalismo e terror, especialmente voltados contra a polícia. E, pelas razões expostas acima, é provável que, enquanto for voltada para a PM, a violência dos ditos “manifestantes” seja vista com tolerância (senão mesmo com simpatia) pela imprensa nacional. Pelo menos até que outro jornalista seja ferido ou assassinado. Que Deus não o permita!
08 de setembro de 2016
Flavio Gordon
senso incomum
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