"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

VEXAME DEIXA LIÇÕES

Foi doloroso para o torcedor brasileiro ver a Seleção ser massacrada pela Alemanha quando o sonho do hexacampeonato já assumia contornos de realidade, mas a derrota no campo de jogo, principalmente da forma como ocorreu, sempre deixa ensinamentos preciosos para a construção de um futuro melhor.
Foi a derrota de 2002 para o próprio Brasil que fez a Alemanha se conscientizar de que somente com um planejamento cuidadoso poderia melhorar sua performance nas próximas competições.
A partir de então, a Federação Alemã de Futebol (DFB) e a Liga Nacional _ responsável pela Bundesliga, o campeonato local _, adotaram medidas para mudar o futebol nacional.
A Liga condicionou a licença da primeira divisão aos clubes que montassem academias formadoras de jovens. Depois, estendeu esta medida à segunda divisão.
Paralelamente, a DFB criou centros de treinamentos para crianças abaixo de 14 anos, em integração com escolas. Ao mesmo tempo, os alemães mandaram técnicos para o exterior, para formação em países considerados referência em treinamento de jovens.

Claro que isso tudo só foi possível com muito investimento de recursos, mas os resultados logo se fizeram notar. Os clubes alemães passaram a se destacar e a disputar os principais títulos europeus.

E a seleção que vai para a final da Copa no Brasil é a consequência direta desse trabalho. Nada ocorre por acaso.
Com o vexame de ontem, o pior da história do futebol brasileiro, temos que pelo menos assimilar os ensinamentos dos vencedores.

O Brasil já conquistou cinco títulos mundiais, mas não pode mais continuar dependendo do improviso e da criatividade intuitiva dos seus jogadores. Chegou a hora de uma revolução inteligente no futebol brasileiro, que inclua seriedade na organização e investimentos na formação de futuros atletas.

Os alemães estão mostrando como se faz. Em vez de nos revoltarmos e procurarmos culpados, o mais sensato é reconhecer a superioridade dos nossos oponentes, aplaudi-los e ter humildade para aprender o que eles já aprenderam.


Se o país conseguiu organizar uma Copa bem-sucedida, contra todas as expectativas, também pode reorganizar o seu futebol para que volte a ser vencedor.
 
10 de julho de 2014
Editorial Zero Hora

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