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O livro, com o nome de "Cásate y sé sumisa", traduzido para "Casa-te e Sê Submissa", causou também a ira duma figura política espanhola com nome de Ana Mato, que segundo o The Telegraph, disse: "acho isto desapropriado e desrespeitoso para as mulheres."
Não parece que a Ana Mato tenha explicado o que há de "desrespeitoso" em ser submissa ao marido.
Segundo uma reportagem, desde o princípio do livro a autora Costanza Miriano declara às mulheres que, "nós não somos iguais e não reconhecer isto é garantir uma fonte de sofrimento." Ela aconselha também às mulheres a forma de lidar com os maridos dentro do casamento:
"Tens que te submeter a ele. Se tiveres que escolher entre o que tu gostas e o que ele gosta, escolhe em favor dele... quando o teu marido te disser algo, ouve com atenção como se fosse Deus a falar contigo".
Miriano, que está há 15 anos casada com o mesmo homem, explicou às suas leitoras que:
"O marido não resiste a esposa que o respeita, que reconhece a sua autoridade, e que se dedica de forma leal a ouvi-lo, permanecendo do seu lado."
Partes do livro que aconselham as mulheres a lidar com problemas domésticos não foram traduzidos para o inglês:
"Se não és uma cozinheira experiente ou a dona de casa perfeita, qual é o problema se ele assim o disser? Diz que ele tem razão, e que é verdade, e que vais aprender.
Quando ele observar a tua doçura e a tua humildade, bem como o teu esforço para te tornares mais na pessoa que ele quer, ele também mudará. (...) As mulheres esquecem-se que não podem ter tudo: trabalhar como um homem e ficar em casa como uma mulher. O poder não foi feito para as mulheres."
Francisco Javier Martinez, o Arcebispo de Granada, chamou o livro de "muito interessante, do ponto de vista cristão", mas o mesmo deixou os grupos feministas espanhóis enraivecidos, levando a que algumas viessem às ruas e rasgassem cópias do livro. Ativistas do grupo Anonymous deram também a sua opinião sobre o livro através duma mensagem de vídeo, qualificando-o de "misógino" e "opressor". Uma ativista disse o seguinte: "estamos fartas de ver a Igreja a olhar para nós como meros objetos feitos para satisfazer os homens, reproduzir e limpar".
Numa entrevista dada à BBC, Miriano defendeu a sua posição explicando que quando fala da mulher ser submissa no seu livro, ela não está a caracterizar a submissão como algo de negativo.
"Não gosto da forma como a palavra é entendida em inglês, mas eu não a uso com conotação negativa; ela é uma palavra extraída do Livro de Efésios e de maneira nenhuma significa ser um tapete do marido. Eu uso-a no sentido etimológico de ser alguém abaixo, ou debaixo, fornecendo apoio tal como uma coluna apoia o telhado visto que nós, como mulheres, somos mais fortes. Nós somos capazes de colocar a personalidade na relação. João Paulo II escreveu que a mulher tem o gênio e o talento do relacionamento, e como tal, nós somos capazes de ser o coração da família. A submissão é uma coisa muito, mas muito boa para a a mulher."
Quando lhe foi perguntado do porquê da ministra da Saúde Espanhola querer que o livro seja retirado, ela explicou que se calhar ela tem problemas com a palavra "casar".
"Sinceramente, não sei. Eu pensava que era por causa da palavra "sumisa" [submissa] mas fiquei a saber que há muitos livros com a palavra "sumisa" que são vendidos nas lojas espanholas, tais como 'Diario de una sumisa'. Portanto acho que o problema talvez seja com a palavra 'cásate' [case-se] visto que ser submissa ao marido é visto como algo terrível. Não sei bem porquê."
A mesma autora escreveu um livro com o título de "Marry Her and Die for Her" (Case-se Com Ela e Morra Por Ela), mas não há notícia de manifestações masculinas acusarem-na de promover a morte dos homens.
Respondendo a uma questão do porquê algumas mulheres ficarem tão zangadas com o livro, ela disse:
"Talvez nós não sejamos livres da necessidade de sermos reconhecidas. Quando uma mulher está em paz com ela mesma, e está totalmente realizada, ela não tem necessidade de ter reconhecida e como tal, ela pode escolher tomar uma posição de menor autoridade, não no sentido de ser o tapete mas sim no sentido de ser uma coluna."
Quando lhe perguntaram se o seu livro alegava que o feminismo havia destruído o casamento, ela respondeu:
"Eu trabalho. Sou jornalista durante o dia, e à noite escrevo livros. Tenho 4 filhos. Acho que as mulheres que querem os mesmos direitos que os homens têm falta de imaginação e ambição, uma vez que nós somos tão diferentes dos homens."
Ao tentar explicar o porquê do livro de Miriano se ter tornado tão popular na Espanha e na Itália, Sam Owen, psicólogo e profissional ligado aos relacionamentos, disse que isso prende-se com o desmoronar da sociedade:
"Atualmente há muitas casas só com um parente e muitas famílias desfeitas, e os casais que ainda estão juntos tendem a ser pais ou avós. Se as pessoas têm um desejo ardente pelo casamento à moda antiga é porque muitos deles funcionaram muito bem. Quando se fala dos papéis dentro dum casamento, nós somos uma sociedade perdida.
Devido ao mundo em rápida mudança, ao desejo de colocar as mulheres iguais aos homens, e ao desejo de ter tudo - crianças, uma carreira bem sucedida e um marido satisfeito - os maridos e as esposas sentem-se confusos em torno do seu papel dentro do casamento e dentro da unidade família, e isto cria discórdia."
* * *
Comentário:
As feministas acabam sempre por revelar a sua natureza comunista sempre que uma mulher se atreve a dar uma opinião que não está de acordo com "O Partido".
Se algumas mulheres se sentem felizes competindo com os homens dentro e fora do casamento, que o façam - ninguém as impede. Por outro lado, se as mulheres se sentem satisfeitas e felizes em serem as "colunas" que apoiam o "teto" do casamento (isto é, submissas ao seu marido), então a escolha destas mulheres deve ser respeitada. Se estas mesmas mulheres escolhem escrever sobre a sua experiência de serem submissas ao homem que amam, então elas não podem sofrer ataques por parte das feministas.
Segundo o feminismo, as mulheres são livres para dar a sua opinião, desde que sua opinião esteja de acordo com a ideologia.
Imaginem a comoção internacional caso um homem (padre, de preferência) tentasse censurar um livro só porque não concorda com a tese do mesmo. Mas é precisamente isso que as feministas estão a fazer ao tentarem censurar um livro só porque não concordam com a sua mensagem.
Isto revela de modo bem óbvio que o feminismo é um movimento inimigo da liberdade de expressão, e, como tal, todas as pessoas que valorizam a liberdade devem-se colocar contra o feminismo.
18 de janeiro de 2014
Tradução e comentário: Blog O Marxismo Cultural
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