Briga pelo cargo máximo da entidade que comando o futebol deve ser polarizada entre Joseph Blatter e Jerome Champagne
Começa a corrida para as eleições presidenciais na Fifa, no auge de sua fortuna e controlando o maior evento esportivo do mundo. Na próxima segunda-feira, o francês Jerome Champagne deve anunciar sua candidatura para o cargo que é hoje comandado por Joseph Blatter e promete uma "reforma" na entidade para torná-la mais democrática e "menos aristocrata".
JF Diorio/Estadão
Blatter deve concorrar ao quinto mandato na Fifa
A eleição está marcada para ocorrer apenas em 2015. Mas com a Fifa movimentando mais de US$ 4 bilhões em eventos e sentada em um fundo de mais de US$ 1 bilhão, a corrida pelo poder no futebol promete ser intensa. Outro possível candidato deve ser o também francês Michel Platini, atual presidente da Uefa. Blatter indicou que, até a Copa do Mundo, anunciará se ele também irá concorrer a um quinto mandato.
Mas o primeiro a se lançar no circuito é Champagne, que entre 2002 e 2005 trabalhou ao lado de Blatter na Fifa. Com 55 anos, o diplomata que chegou a servir na embaixada da França em Brasília e fala um português quase perfeito deixou a Fifa em 2010. Desde então, tem atuado como consultor em regiões polêmicas como Kosovo, Palestina e Chipre.
O candidato tem um percurso radicalmente diferente dos cartolas tradicionais. Estudou ciências políticas e entrou para a diplomacia francesa nos anos 80. Seria na Copa de 1994 nos EUA que ele passaria a ter contato com o mundo do futebol. Três anos depois, ele deixaria o governo para trabalhar na organização da Copa de 98, na França. Não demoraria para que ele entrasse na Fifa e passasse a trabalhar como vice-secretário-geral.
CRISE
Em 2012, Champagne publicaria um documento de 25 páginas propondo uma série de reformas no futebol mundial, o que fez muitos acreditarem que ele seria candidato. "Que Fifa queremos no Século XXI" fazia uma radiografia do futebol mundial.
Em 2012, Champagne publicaria um documento de 25 páginas propondo uma série de reformas no futebol mundial, o que fez muitos acreditarem que ele seria candidato. "Que Fifa queremos no Século XXI" fazia uma radiografia do futebol mundial.
"O futebol está enfrentando uma crise severa, causada pelo ambiente e por seus próprios erros", alertou. Ele defende uma reforma do "mito do presidente todo-poderoso" e acusou a estrutura da Fifa de ser uma "herança da visão da aristocracia britânica". Para ele, a composição do Comitê Executivo da Fifa abriu caminho para "barganhas" e "compromissos submetidos a interesses políticos de pessoas e administradores, em detrimento de uma visão coletiva e mesmo da Fifa".
18 de janeiro de 2014
Jamil Chade - O Estado de S. Paulo
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