A Constituição Federal vigente, para alguns “Constituição Cidadã”, dispõe que a segurança é um direito social e que a segurança pública é um dever do Estado. Algum dia, ainda distante, tais mandamentos poderão se tornar realidade, deixando de ser letras mortas já que foram substituídos pela insegurança e pelo medo.
Impõe-se ao cidadão, cônscio dos seus direitos e deveres, pugnar pelas mudanças que o façam feliz e orgulhoso de viver em um país com justiça social.
O brasileiro vive tempos mal-assombrados em que os fantasmas da incompetência e da maldade não lhe dão sossego. A bandidagem, característica do segundo segmento, atua com liberdade de ação, entorpecendo o caráter da criança e do adolescente pelo estímulo ao uso de drogas e pela destruição dos laços familiares e, assim, moldando a massa crítica que se tornará vulnerável, tolerante e cúmplice de ações criminosas.
A sociedade assiste e sofre com a dissolução da família tradicional e com a desarmonia do ambiente escolar pela quebra do respeito e pela indisciplina no relacionamento professor e aluno, além da frouxidão moral e da derrocada dos bons costumes.
Diariamente, a mídia mostra a desenvoltura dos criminosos nos perímetros urbanos, no campo e no litoral ceifando vidas pelo narcotráfico escancarado, pelos arrastões, assaltos e roubos contra pessoas, residências e instituições, por ações contra o patrimônio, em especial pela queima de veículos e explosão de caixas bancárias. Rouba-se de tudo, mata-se por nada, parecendo uma volta à barbárie. Enquanto isso acontece, o cidadão e não o marginal é desarmado, tornando-se presa fácil incapaz de defender a própria vida e a dos seus familiares.
Urge, pois, que o Estado se faça presente, apareça! Não bastam discursos eleitoreiros, enganadores e ineficazes ainda que seguidos da distribuição de recursos financeiros que nunca foram causa da conjuntura perversa, pois o que falta é gestão, em níveis diversos. Como imaginar um bom resultado no Maranhão, citado como exemplo, palco atual de horripilantes decapitações de presidiários sob a guarda de pessoas despreparadas, mas contratadas apenas por ser mais econômico aos cofres estaduais? Lá, dinheiro jamais faltou, mas governo, sim.
Por outro lado, se o mal já se tornou epidêmico, urge também que a legislação seja atualizada e que as autoridades competentes as façam cumpridas, espaço a ser dividido pelos Poderes Constitucionais.
O Brasil não pode continuar a ser a “nau sem rumo” de J.R. Guzzo (Veja, edição 2356, de 15/01/14) pela falta de uma tripulação adequada capaz de impulsioná-lo pelos mares bravios no caminho de uma grande nação, onde o cumprimento das leis seja a regra e não a causa de confusão.
Mudar o timoneiro e a tripulação é salvar vidas, muito mais importante do que a gratidão por benesses ou favores recebidos. Com a palavra o eleitor.
18 de janeiro de 2014
José Carlos Leite Filho é General de Exército na Reserva – Originalmente publicado em “O Jornal de Hoje” de Natal (RN), em 16 de janeiro de 2014.
José Carlos Leite Filho é General de Exército na Reserva – Originalmente publicado em “O Jornal de Hoje” de Natal (RN), em 16 de janeiro de 2014.
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