"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

MEU DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL

 


Em face aos protestos e manifestações populares que estamos assistindo desde 6 de junho reivindicando um monte de coisas até de forma aleatória, se faz urgente que a sociedade se organize e ofereça suas proposições para forçar os governantes e legisladores a agirem.
Passamos 11 anos assistindo a um crescimento do espetáculo, com o governo martelando que o Brasil está uma maravilha, tudo funciona e agora com uma crise mais séria o povo caiu na real e vê que não é assim.

Se por um lado houve um crescimento de renda nas classes mais pobres, um aumento de consumo, uma melhoria relativa no emprego (que é relativa porque os registros em carteira em boa parte se devem a uma inclusão de pessoas da economia informal),  vimos de outro lado o aumento da corrupção, uma crescente centralização e estatização, o crescimento e disseminação da violência pelo país, até então um problema das grandes aglomerações, o aumento do consumo de drogas, a falta de infraestrutura adequada ao crescimento do PIB e da população, os serviços de saúde pública na mesma péssima situação de 10 anos atrás, uma educação de má qualidade e uma absoluta incompetência dos governantes e políticos em lidar com estes problemas.

Parte da classe média que sempre pagou a conta dos erros e desmandos dos governos, em 2002 acreditou no Messias e ajudou a elegê-lo. Se deu mal porque este mesmo falso Messias, aliado ao que havia de pior na política brasileira desde sempre, passou a adular os mais pobres com magras bolsas pecuniárias e promessas maravilhosas muito bem marqueteadas e a beneficiar os mais ricos com gordas benesses, comprou com o mensalão boa parte da classe política corrupta, deixando a classe média que paga a conta, de lado.

Aumentou os gastos do Estado contratando milhares de companheiros seus, muitos sem o devido preparo e competência para gerir a máquina pública, aumentou ainda mais a carga tributária que já era alta, diminuindo a competitividade das empresas e desestimulando novos investimentos privados. E pior, incentivou seus companheiros a tratar a classe média trabalhadora, educada e crítica de algumas iniciativas como inimigos do regime, tal qual agia no passado o stalinismo soviético e ainda age o regime comunista cubano.

Do lado da economia, se apossou do resultado positivo de estabilização do governo que o antecedeu, desqualificou de forma mesquinha as coisas boas que foram feitas, exaltou somente as coisas ruins e na crista da onda favorável de crescimento mundial fez o país crescer mais aceleradamente, incentivando o consumo à custa de endividamento das pessoas e desestimulando a poupança. Enquanto isso, na surdina, foi aumentando os gastos públicos, exaurindo o patrimônio de estatais de sucesso como a Petrobrás sem deixar de alardear planos mirabolantes de infraestrutura como o PAC.
O governo anterior passou por duas grandes crises mundiais e à custa de muito sacrifício da população mal e mal deixou boas bases para o crescimento futuro e sustentável. Este grupo que o sucedeu preferiu desqualificar generalizadamente tudo que foi feito rotulando de "herança maldita" destruindo boa parte das bases firmadas. Mesmo na crise mundial de 2008, em vez de agir com mais cuidado, continuou incentivando o consumo em vez de estimular a poupança.

Com isso, o Brasil Maravilha iludido elegeu a sucessora do Messias, pessoa claramente sem formação adequada, sem equilíbrio emocional e jogo de cintura político cujo principal atributo é ser uma capataz "pau-mandada" que cumpre ordens sem discutir e não tem iniciativa própria ou seja, a "gerentona" que segue cegamente as ordens do chefe.
O Brasil Responsável constituído pela "velha classe média" odiada por companheiros do falso Messias e de sua gerentona não se iludiu tanto que 60% da população votante não votou nela. É importante lembrar que em 2006, isso já tinha acontecido na reeleição do falso Messias.

Deu no que deu e estamos vendo hoje. Na primeira crise mundial do governo da sucessora, o resultado dos desmandos apareceu. Uma boa parte das classes favorecidas pelo governo anterior hoje denominadas de "nova classe média" que passaram a ter bens que nunca haviam tido, embora à custa de dívidas que talvez não possam honrar, passaram a ter acesso às informações cada vez mais em tempo real graças às redes sociais e viram que as coisas não são bem assim como lhe prometeram.
 
Continuam nas filas do SUS, seus filhos continuam tendo educação de péssima qualidade, são assaltadas e violentadas nas ruas, são maltratadas nos ônibus e trens, viajam como um rebanho de animais, sofrem com o trânsito e ainda de quebra assistem na TV Led e na Internet do computador adquiridos em 48 suadas prestações à impunidade, à corrupção, às obras prometidas e inacabadas mas superfaturadas, os gastos exorbitantes da Copa do Mundo, veem os preços subirem nos supermercados cada vez mais depressa e assistem às declarações dos governantes que tudo continua lindo e maravilhoso. Mentira.
A vaia na gerentona na abertura da Copa das Confederações foi um aviso. Ela em vez de assim interpretar, preferiu desqualificar a platéia.

Bastou um estopim para finalmente a sociedade acordar. Por conta de um aumento das passagens de ônibus, um grupo radical decidiu reclamar nas ruas. E o que aconteceu? Essa massa até então silenciosa, crédula ou omissa, decide sair junto para reclamar da situação. E os governantes e políticos não entenderam nada. Afinal, o marketing estava funcionando até então, não é?

Me lembro que no tempo da inflação desenfreada, quem podia se protegia com aplicações no "overnight" e um influente e sério empresário disse à época que o povo não se alimentava de papéis e sim de comida e seria preciso dar um basta na ciranda financeira.

É o caso hoje. O povo não se alimenta de marketing nem de promessas vãs e decidiu dar um basta em tudo isso que aí está.
 
23 de agosto de 2013
in estou de olho

Nenhum comentário:

Postar um comentário