"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

FUNDOS ESTRANGEIROS SACARAM US$ 7,5 BI DO BRASIL DESDE MAIO

 
Os fundos de investimentos globais venderam mais ações e títulos no mercado brasileiro do que em outros países emergentes desde maio, quando a perspectiva de mudança da política monetária americana começou a preocupar investidores. Os fundos sacaram US$ 7,56 bilhões aplicados no Brasil no período, até a última terça-feira, segundo a consultoria americana EPFR Global, que rastreia investimentos de fundos com ativos de mais de US$ 19 trilhões no mundo. Do valor sacado, US$ 4,8 bilhões se referem ao mercado de ações e US$ 2,7 bilhões ao de títulos. Para analistas, os números mostram um quadro de estresse, mas não de pânico.
 
Segundo a EPFR, o saque desses fundos no Brasil supera o ocorrido em emergentes integrantes dos Brics, o grupo de economias com grande potencial de crescimento. Os saques desde maio foram menores na China (US$ 7,5 bilhões), Rússia (US$ 2,7 bilhões) e Índia (US$ 2,1 bilhões). E menores ainda no México (US$ 2,08 bilhões) e África do Sul (US$ 963 milhões).
 
BCs gastaram US$ 81 bi de reservas
 
Segundo Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor da Modal Asset, os números ajudam a contar parte da história do que tem ocorrido no mercado de câmbio brasileiro. Ele diz que os países emergentes sofrem com a possível redução, pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), do programa de recompra de títulos públicos americanos, que injeta US$ 85 bilhões por mês no mercado:
 
— Estamos piorando junto com outros países, mas isso parece aqui ter acontecido de forma mais rápida.
 
Solange Srour, economista-chefe do BNY Mellon ARX, diz que problemas como inflação elevada e déficit em conta corrente — o saldo das transações entre um país e o resto do mundo — pesam na hora em que o grande investidor estrangeiro escolhe de onde vai sacar o dinheiro durante a atual crise.
 
— Claro que não são problemas novos no Brasil, mas quando existe muito dinheiro em circulação pelo mundo esses problemas não parecem importante.
 
Nesta quinta-feira, o “Financial Times” publicou que, de maio a julho, os bancos centrais de países emergentes gastaram US$ 81 bilhões para tentar conter a alta da cotação da moeda americana, citando relatório do Morgan Stanley. O levantamento exclui a China e aponta que Brasil e Rússia ainda têm “amplas reservas” apesar das intervenções no câmbio. A Índia perdeu 5,5% de suas reservas para tentar conter a desvalorização da rúpia.

23 de agosto de 2013
Bruno Villas Bôas - O Globo

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