O aumento da inflação está corroendo o poder de compra dos brasileiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média real dos trabalhadores caiu 0,9% em julho, para R$ 1.848,40, o quinto mês seguido de recuo. No acumulado do ano, a perda é de 0,6%. A tendência, acreditam os analistas, é de esse quadro perdurar até que o governo consiga domar a alta do custo de vida.
Neste ano, a inflação jamais ficou abaixo de 6% no acumulado de 12 meses, apesar de o alvo perseguido pelo Banco Central ser de 4,5%.
A boa notícia, conforme o IBGE, foi a primeira queda do desemprego neste ano. De junho para julho, o índice cedeu de 6% para 5,6%, dando um alívio ao governo, que teme pelo aumento da desocupação, diante da fragilidade do crescimento econômico. Pelas contas do Caged, cadastro de trabalhadores formais administrado pelo Ministério do Trabalho, no mês passado, foram abertas pouco mais de 41 mil vagas — o pior julho em 10 anos. O mercado de trabalho ainda positivo, mesmo que mais fraco, é a única bandeira que pode ser ostentada, pelo menos por enquanto, pela presidente Dilma Rousseff em sua campanha à reeleição em 2014.
Apesar do arrocho promovido pelo BC, que vem aumentando a taxa básica de juros (Selic) desde abril para conter a inflação, os efeitos da carestia se fazem sentir no orçamento das famílias. Para o coordenador da pesquisa de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o quadro merece atenção, mas não há motivo para alarde. No entender dele, apesar da retração na renda média real, a formalização da mão de obra aumentou e a indústria contratou mais. “O numero de trabalhadores com carteira assinada subiu 3,5%, um crescimento de 392 mil formalizações”, frisou.
(...)Na avaliação do economista-chefe da Corretora Concórdia, Flávio Combat, a inflação continuará a pressionar a renda dos trabalhadores. Ele justificou que o dólar valorizado frente ao real e a necessidade de reajuste no preço dos combustíveis terão impacto nos índices que medem a carestia. “Com a inflação em alta e a desaceleração da economia, a taxa de desemprego deve fechar o ano em 5,9%, chegando a 6,5% em 2014”, completou.
Em meio a esse cenário de incertezas, o eletricista João Carlos da Silva, 41 anos, foi demitido há dois meses. Ele contou que, desde o começo do ano, o salário já não era suficiente para fazer as compras do supermercado e pagar as despesas de casa. À procura de emprego, ele já admite receber menos para não atrasar os compromissos.
Neste ano, a inflação jamais ficou abaixo de 6% no acumulado de 12 meses, apesar de o alvo perseguido pelo Banco Central ser de 4,5%.
A boa notícia, conforme o IBGE, foi a primeira queda do desemprego neste ano. De junho para julho, o índice cedeu de 6% para 5,6%, dando um alívio ao governo, que teme pelo aumento da desocupação, diante da fragilidade do crescimento econômico. Pelas contas do Caged, cadastro de trabalhadores formais administrado pelo Ministério do Trabalho, no mês passado, foram abertas pouco mais de 41 mil vagas — o pior julho em 10 anos. O mercado de trabalho ainda positivo, mesmo que mais fraco, é a única bandeira que pode ser ostentada, pelo menos por enquanto, pela presidente Dilma Rousseff em sua campanha à reeleição em 2014.
Apesar do arrocho promovido pelo BC, que vem aumentando a taxa básica de juros (Selic) desde abril para conter a inflação, os efeitos da carestia se fazem sentir no orçamento das famílias. Para o coordenador da pesquisa de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o quadro merece atenção, mas não há motivo para alarde. No entender dele, apesar da retração na renda média real, a formalização da mão de obra aumentou e a indústria contratou mais. “O numero de trabalhadores com carteira assinada subiu 3,5%, um crescimento de 392 mil formalizações”, frisou.
(...)Na avaliação do economista-chefe da Corretora Concórdia, Flávio Combat, a inflação continuará a pressionar a renda dos trabalhadores. Ele justificou que o dólar valorizado frente ao real e a necessidade de reajuste no preço dos combustíveis terão impacto nos índices que medem a carestia. “Com a inflação em alta e a desaceleração da economia, a taxa de desemprego deve fechar o ano em 5,9%, chegando a 6,5% em 2014”, completou.
Em meio a esse cenário de incertezas, o eletricista João Carlos da Silva, 41 anos, foi demitido há dois meses. Ele contou que, desde o começo do ano, o salário já não era suficiente para fazer as compras do supermercado e pagar as despesas de casa. À procura de emprego, ele já admite receber menos para não atrasar os compromissos.
ANTONIO TEMÓTEO Correio Braziliense
23 de agosto de 2013
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