A corrupção brasileira é de fato exponencialmente superior a qualquer outra corrupção no planeta.
Os números da Lava Jato (e do Mensalão) nos mostraram essa face gulosa dos nossos homens e mulheres públicos.
Os índices brasileiros são imbatíveis. Tanto na esfera federal como na estadual; e tanto no Poder Executivo como no Legislativo.
Não há conhecimento nem registros de outro escândalo com essas cifras e essas grandezas, em lugar nenhum do mundo.
Realmente os nossos políticos, e seus "patrocinadores" na iniciativa privada, fizeram a façanha de, nada mais nada menos, arrombar a nona economia do mundo. Deixaram terra arrasada de tanto que roubaram.
Mas há outro ponto em que igualmente obtiveram medalha de ouro: a incapacidade de se darem por vencidos, isto é, a inexistência de qualquer traço moral que os faça reconhecer o erro e se desculparem publicamente.
Essa negação automática e constante, em relação a todas as acusações e provas fartamente apresentadas, é uma dolorida afronta às nossas paciências e inteligências.
Em escândalos ocorridos em outros países, observamos o político, pego em flagrante ou em denúncias bem fundadas, numa reação quase que recorrente, abaixando a cabeça frente às câmeras e se desculpando. Pedem igualmente perdão à mulher e aos filhos e se retiram para sempre da vida pública. Isso quando não se matam por não suportar a desonra da situação.
Isso denota um traço moral e ético superior, que é totalmente inexistente aqui no Brasil - mesmo no abismo aberto por um escândalo, encontramos um último ato que busca (não a redenção) ao menos a paz daquele que se confessa e clama pelo perdão.
As sociedades européia, norte-americana e japonesa não os perdoarão por isso, pela simples confissão dos pecados e pelo ato de se desculpar, mas ao menos emprestam - com esse ato - a dimensão humana da queda, da debilidade diante da tentação, do buraco que pode puxar para si qualquer um que fraqueja moralmente. Assumir o erro publicamente humaniza o político que caiu em desgraça.
O pedido de desculpas serve como uma purgação necessária. É um passaporte para o exílio silencioso e solitário que os espera. É, sobretudo, o rito de passagem.
E os casos que lá ocorrem são infinitamente menos reprováveis e menos agudos do que os brasileiros.
Aqui não há qualquer traço de moral, de arrependimento e de vergonha.
Vemos os lulas, renans e aécios, todos enlameados até a alma, negando - o inegável - até a morte. E o pior, ainda reagindo com o poder que lhes resta, tentando virar a mesa, sempre refutando e confundindo.
E quanto mais as provas aparecem em seu desfavor, quanto mais cristalinas são as evidências contra si, mais coléricos são seus pronunciamentos, mais veementes são seus gritos de negação e mais virulentos se tornam seus discursos.
E esse espetáculo vergonhoso nos faz concluir que temos de fato a pior elite política do mundo, uma elite política que prefere levar o país inteiro para o buraco, mas não faz seu mea culpa, nem por um segundo sequer.
E eles estão lá, nos seus postos, empoderados por nós, pelos nossos votos.
A culpa de tudo isso, infelizmente, é nossa. Não temos como fugir disso.
E ainda conseguem se reeleger, no caso da Justiça fracassar no processo penal...
Portanto, em 2018, vamos eleger apenas homens e mulheres que nunca estiveram no Congresso, vamos tirar essa turma toda de lá. Não vamos reeleger absolutamente ninguém dessa legislatura.
Agora é com a gente: em 2018, REELEIÇÃO ZERO.
24 de abril de 2017
Jorge Pontes é Delegado de Polícia Federal e foi Diretor da Interpol no Brasil
Os números da Lava Jato (e do Mensalão) nos mostraram essa face gulosa dos nossos homens e mulheres públicos.
Os índices brasileiros são imbatíveis. Tanto na esfera federal como na estadual; e tanto no Poder Executivo como no Legislativo.
Não há conhecimento nem registros de outro escândalo com essas cifras e essas grandezas, em lugar nenhum do mundo.
Realmente os nossos políticos, e seus "patrocinadores" na iniciativa privada, fizeram a façanha de, nada mais nada menos, arrombar a nona economia do mundo. Deixaram terra arrasada de tanto que roubaram.
Mas há outro ponto em que igualmente obtiveram medalha de ouro: a incapacidade de se darem por vencidos, isto é, a inexistência de qualquer traço moral que os faça reconhecer o erro e se desculparem publicamente.
Essa negação automática e constante, em relação a todas as acusações e provas fartamente apresentadas, é uma dolorida afronta às nossas paciências e inteligências.
Em escândalos ocorridos em outros países, observamos o político, pego em flagrante ou em denúncias bem fundadas, numa reação quase que recorrente, abaixando a cabeça frente às câmeras e se desculpando. Pedem igualmente perdão à mulher e aos filhos e se retiram para sempre da vida pública. Isso quando não se matam por não suportar a desonra da situação.
Isso denota um traço moral e ético superior, que é totalmente inexistente aqui no Brasil - mesmo no abismo aberto por um escândalo, encontramos um último ato que busca (não a redenção) ao menos a paz daquele que se confessa e clama pelo perdão.
As sociedades européia, norte-americana e japonesa não os perdoarão por isso, pela simples confissão dos pecados e pelo ato de se desculpar, mas ao menos emprestam - com esse ato - a dimensão humana da queda, da debilidade diante da tentação, do buraco que pode puxar para si qualquer um que fraqueja moralmente. Assumir o erro publicamente humaniza o político que caiu em desgraça.
O pedido de desculpas serve como uma purgação necessária. É um passaporte para o exílio silencioso e solitário que os espera. É, sobretudo, o rito de passagem.
E os casos que lá ocorrem são infinitamente menos reprováveis e menos agudos do que os brasileiros.
Aqui não há qualquer traço de moral, de arrependimento e de vergonha.
Vemos os lulas, renans e aécios, todos enlameados até a alma, negando - o inegável - até a morte. E o pior, ainda reagindo com o poder que lhes resta, tentando virar a mesa, sempre refutando e confundindo.
E quanto mais as provas aparecem em seu desfavor, quanto mais cristalinas são as evidências contra si, mais coléricos são seus pronunciamentos, mais veementes são seus gritos de negação e mais virulentos se tornam seus discursos.
E esse espetáculo vergonhoso nos faz concluir que temos de fato a pior elite política do mundo, uma elite política que prefere levar o país inteiro para o buraco, mas não faz seu mea culpa, nem por um segundo sequer.
E eles estão lá, nos seus postos, empoderados por nós, pelos nossos votos.
A culpa de tudo isso, infelizmente, é nossa. Não temos como fugir disso.
E ainda conseguem se reeleger, no caso da Justiça fracassar no processo penal...
Portanto, em 2018, vamos eleger apenas homens e mulheres que nunca estiveram no Congresso, vamos tirar essa turma toda de lá. Não vamos reeleger absolutamente ninguém dessa legislatura.
Agora é com a gente: em 2018, REELEIÇÃO ZERO.
24 de abril de 2017
Jorge Pontes é Delegado de Polícia Federal e foi Diretor da Interpol no Brasil
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