“Haddad é maior e melhor que o PT”, diz o prefeito eleito tucano João Dória em discurso a empresários em Buenos Aires, logo após ser eleito novo prefeito paulistano. Fonte: Estadão.
Como observou de maneira precisa o economista e analista político Leandro Ruschel nessa nota aqui, a cada dia que passa aumentam as chances de o prefeito paulistano João Dória Júnior ser eleito o próximo Presidente da República. Como já vimos afirmando insistentemente aqui no Crítica Nacional desde um pouco antes do impeachment e da derrocada petista, a socialdemocracia e a esquerda repaginada estão fazendo todo esforço para encontrar uma alternativa à possibilidade real de ascensão da direita conservadora nas próximas eleições presidenciais.
Tornou-se claro nos últimos meses que João Dória Júnior tornou-se essa alternativa que a socialdemocracia procurava. E essa alternativa vem se consolidando com o apoio inclusive de segmentos da direita conservadora, que estão se deixando seduzir facilmente pelo show de marketing do novo pop star tucano.
É evidente que as medidas administrativas iniciais e de zeladoria municipal tomadas por João Dória têm sido benéficas para a cidade e merecem ser aplaudidas. Mas é também evidente que o prefeito tucano tem se beneficiado politicamente do cenário de terra arrasada deixado pelo delinquente petista que o antecedeu, e que foi derrotado de maneira fragorosa nas urnas. Soma-se a isso um marketing bem elaborado e espetaculoso e tem-se a fórmula pronta do populismo moderno que pega bem e agrada.
E o tratamento hostil que parte da grande imprensa tem lhe dado reflete apenas o fato de as redações dos principais jornais paulistanos serem todas elas tomadas não apenas por esquerdistas, mas por petistas. Os mesmos petistas da elite da esquerda caviar paulistana que sempre tratou bem o antigo prefeito, cuja administração foi toda ela pautada para atender as expectativas ideológicas dessa mesma elite.
O fato é que a direita conservadora dificilmente irá conseguir se apresentar como alternativa real de poder na sociedade brasileira enquanto parcela expressiva dessa mesma direita se deixar seduzir e adotar comportamento de líder de torcida a cada novo pop star socialdemocrata que surge de tempos em tempos.
Basta lembrar que entre as décadas de oitenta e noventa os pop stars socialdemocratas do momento eram Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas. A história pode estar, portanto, se repetindo. E a direita conservadora nacional mostra mais uma vez sua incapacidade de aprender as lições repetidas dessa história
Se a estratégia das tesouras não tivesse sido criada pelos comunistas russos, a esquerda brasileira a inventaria, e poderia requerer direitos autorais pelo sucesso com que a utiliza.
17 de janeiro de 2017
crítica nacional
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