"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 25 de junho de 2016

TRÊS TESOUREIROS DO PT (VACCARI, DELÚBIO E FERREIRA) ESTÃO ENVOLVIDOS NA LAVA JATO




Ferreira, ex-deputado gaúcho, é o terceiro tesoureiro a ser preso



















Com a deflagração da Operação Custo Brasil, Paulo Ferreira, tesoureiro do PT de 2005 a 2010, tornou-se o terceiro ex-tesoureiro da sigla a ser alvo da Lava-Jato ou de um desdobramento dela. O sucessor, João Vaccari, está preso há mais de um ano. Réu, Delúbio Soares, que o precedeu, foi condenado no mensalão.
No pedido de prisão de Ferreira, os investigadores do MPF de SP afirmam que ele tentou “afinar o discurso” no caso Consist com Daisson Portanova, um dos seus assessores e alvo da operação de quinta-feira. A combinação de versões seria tentativa de atrapalhar as investigações.
Além dos ex-tesoureiros petistas, dois ex-tesoureiros de campanhas do partido também são investigados: o ex-ministro Edinho Silva e José de Filippi.
ROMANO E VACCARI – A decisão do juiz Paulo Bueno de Azevedo mostra uma transmissão da responsabilidade de Ferreira no esquema de propina para Vaccari. Segundo o pedido do MPF, após deixar o cargo, Ferreira teria pedido ao ex-vereador Alexandre Romano, um dos operadores do esquema, para procurar Vaccari e tratar do tema Consist. Segundo as investigações, foi Ferreira quem indicou Romano para participar.
“Paulo Ferreira, ex-secretário de Relações Institucionais do PT, lhe procurou, de forma autônoma, pedindo repasses ao escritório Portanova para ajudá-lo”, afirmou Romano em delação.
Quando deixou o cargo de tesoureiro, Vaccari teria assumido a função de definir a divisão dos pagamentos. Segundo Romano, Vaccari indicou as empresas que receberiam os valores e também decidiu sobre os pagamentos ao ex-ministro Carlos Gabas.
— Quem definia essa fatia, os elementos de provas são claros, era Vaccari. Ele dizia quanto cada um deveria receber — disse o delegado da PF Rodrigo de Campos Costa.
AGENDOU REUNIÕES – Ferreira afirmou que agendou reuniões de Romano com parlamentares do PT, mas não se envolveu com negócios do ex-vereador. Disse que Romano pagou algumas despesas da campanha dele, mas irrisórias, em torno de R$ 5 mil. Alega que não sabia do volume de dinheiro movimentado por Romano. Se soubesse, disse, teria pedido contribuição de campanha mais significativa:
— Não tenho negócios com Romano. Tenho relações políticas. Ele me procurava para eu ver agenda para ele. Queria agenda com deputados. Com o Guimarães (José Guimarães, ex-líder do PT na Câmara), por exemplo.
Ferreira disse conhecer Romano desde 2006, mas que ficou surpreso ao saber que ele arrecadara R$ 32 milhões em propina.

25 de junho de 2016
Dimitrius Dantas, Jailton de Carvalho, Simone Iglesias e Eduardo Barretto
O Globo

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