'BREXIT'
Estes países podem ser os próximos a deixar a União Europeia
Resultado do referendo britânico pode afetar a permanência de pelo menos seis outros países no bloco
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A saída da Grã-Bretanha da União Europeia pode provocar um efeito dominó (Foto: Pixabay)
Antes do surpreendente desfecho do referendo no Reino Unido, determinando a saída dos britânicos da União Europeia na última quinta-feira, 23, o número de retóricas de “fim do mundo” entre líderes europeus já era grande. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, por exemplo, alertou que uma eventual saída da Grã-Bretanha poderia seriamente ameaçar a “civilização política ocidental”.
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Agora estes receios foram ampliados pela decisão dos britânicos. Previsões de que a UE pode ser desfeita podem parecer improváveis, mas há outros países onde demandas por referendos similares estão ganhando força.
Suécia
O país se identifica como o equivalente escandinavo da Grã-Bretanha: se recusa a usar o euro como moeda. Em termos políticos, os dois países concordam em 90% dos assuntos. Logo, o ‘Brexit’ levanta algumas preocupações para a Suécia. O país aceitou centenas de milhares de refugiados no ano passado, mas teve dificuldades para integrar alguns deles. Consequentemente, a extrema direita ganhou força no país.
A maioria dos suecos ainda têm uma boa impressão da UE, mas isso pode mudar agora que a Grã-Bretanha votou pela saída do bloco. A população pode ter dúvidas sobre se sua voz, como um país pequeno sem o euro, ainda será ouvida em Bruxelas.
Dinamarca
A Dinamarca teve um referendo em dezembro passado, mas com um impacto mais limitado: os dinamarqueses decidiram contra dar mais poder para a União Europeia. Este fato sozinho não é o suficiente para prever se o país gostaria de deixar a União.
Como no caso da Suécia, dois argumentos influenciariam os eleitores. O primeiro: muitos dinamarqueses temem que um maior fluxo de imigração de refugiados poderia ameaçar o sistema econômico do país. Segundo: a Dinamarca tem se apoiado na Grã-Bretanha como uma forte aliada nas negociações com a UE, já que ambos os países dividem visões políticas similares.
Grécia
O jornal grego Kathimerini teme que a atual crise econômica no país, combinada com a saída da Grã-Bretanha do bloco, se torne uma ameaça ao status do país como membro da UE. Logo, o que os gregos mais temem não é um referendo anti-UE influenciado por partidos de direita, mas que a própria União afaste o país para manter a coesão entre os membros restantes.
Holanda
Geert Wilders, o líder do partido populista do país, apoiou o Brexit e espera por um referendo similar na Holanda. “Se queremos sobreviver como uma nação, temos que parar a imigração e parar a ‘Islamização’”, ele disse à BBC em uma entrevista recente. “Não podemos fazer isso de dentro da União Europeia”. Wilders atualmente lidera as pesquisas do país.
Hungria
O primeiro ministro da Hungria, Viktor Orban, está planejando um referendo que pode ferir a coesão da UE. Depois do grande influxo de refugiados no país no ano passado, os húngaros vão votar sobre se a UE deve ter o poder de reassentar refugiados em países do bloco, mesmo sem o consentimento de parlamentos nacionais afetados pela decisão.
O referendo húngaro pode não envolver um simples “dentro ou fora” da UE, mas ele pode acabar minando a autoridade de Bruxelas.
França
Os franceses são um dos maiores céticos em relação à UE: 61% da população têm uma visão desfavorável da União. Além da Alemanha, A França é uma força da Europa continental. Mas também enfrenta um número de problemas, incluindo uma economia fraca e uma constante ameaça de terrorismo.
Ao contrário da Alemanha, a França ainda não conseguiu escapar da alta taxa de desemprego e do fraco crescimento econômico. Isto pode ser vantajoso para o partido de direita Frente Nacional, que deve ganhar mais terreno político nas próximas eleições. A líder do partido, Marine Le Pen, apoiou o Brexit, o que pode ser uma indicação para o futuro da França, caso o seu partido seja eleito para governar o país.
25 de junho de 2016
opinião e notícia
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