"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 25 de junho de 2016

ENFIM COMEÇAM A SER PRESOS OS DIRIGENTES QUE FRAUDARAM FUNDOS DE PENSÃO



Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com)
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram nesta sexta-feira a Operação Recomeço com o objetivo de investigar o desvio de recursos dos fundos de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras, e do Postalis, dos empregados dos Correios. Os fundos, segundo a PF, investiram na empresa Galileo Educacional, que teve sua falência decretada pela Justiça do Rio em maio. A Galileo foi responsável pela recuperação da Universidade Gama Filho que encerrou atividades em 2014, no Rio de Janeiro, e também assumiu a UniverCidade. O prejuízo estimado pela PF é de cerca de R$ 90 milhões.
A operação da PF aconteceu um dia depois de a Petros ter anunciado um rombo atuarial de R$ 22,6 bilhões, dos quais R$ 16,1 bilhões terão que ser assumidos pela Petrobras, com 50%, e os empregados da ativa e aposentados com, os 50% restantes.
Na operação da PF, 60 policiais federais cumpriram sete mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão em três estados. Dos sete mandados de prisão temporária, três já foram cumpridos: um ex-diretor financeiro do fundo Postalis, preso em Brasilia; um homem ligado ao grupo Galileo; e um dos donos da Universidade Gama Filho, ambos no Rio de Janeiro. Estão sendo procuradas mais três pessoas ligadas ao grupo Galileo e também um outro sócio da Universidade Gama Filho.
Dois dos procurados e alvo de mandados de prisão temporária, cujos nomes não foram revelados, estão no exterior, o que não significa que são foragidos.
MUITOS CRIMES – Os mandados foram expedidos pela 5º Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Estão sendo investigados os crimes de gestão fraudulenta, desvio de recursos de instituição financeira, associação criminosa e negociação de títulos sem garantia suficiente.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações indicaram que os fundos de pensão teriam adquirido cerca de R$ 100 milhões em debêntures emitidas pela empresa responsável pela recuperação da universidade. Porém, quando a instituição de ensino “quebrou”, perderam quase todo o dinheiro aplicado, totalizando R$ 90 milhões.
A PF explicou que foram identificados fortes indícios no sentido de que a empresa investigada teria “apresentado garantias insuficientes, além de ter desviado grande parte dos recursos aportados pelos fundos, em favor de seus sócios e pessoas jurídicas, ao invés de contribuir para a manutenção e recuperação do estabelecimento de ensino.”
GRUPO GALILEO – O delegado da Polícia Federal que coordena a Operação Recomeço, que investiga irregularidades nos investimentos dos fundos Postalis e Petros na Universidade Gama Filho, explicou que o grupo Galileo quando criou o fundo de investimentos em 2014 tinha o objetivo de fazer uma captação de recursos, que teoricamente seriam utilizados na recuperação da Gama Filho. Ao todo o fundo criado pela Galileo captou pouco mais de R$ 100 milhões com a emissão de debêntures, dos quais cerca de R$ 80 milhões foram adquiridos pelo Postalis, outros R$ 25 milhões pela Petros e o restante pelo Banco Mercantil.
O delegado destacou que uma pequena parte foi realmente investida na faculdade, e que tudo indica que os demais recursos foram desviados para benefícios de algumas pessoas, resultando no prejuízo de R$ 90 milhões para os dois fundos. Ainda não é possível, contudo, afirmar para onde os recursos foram desviados.
HOUVE DESVIO — “Se verificou que esses recursos não foram investidos na Gama Filho, como era a destinação, e se verificou que boa parte de recursos foram desviados em proveito de pessoas relacionadas com a Galileu ou com a Universidade Gama Filho” — destacou o delegado.
Junto com o Procurador Geral do Ministério Público do Rio, Paulo Gomes, ele destacou ainda que a CPI dos Fundos de Pensão, concluída recentemente, contribuiu bastante para as investigações da Polícia Federal, iniciadas em 2013.
As debêntures foram emitidas em dezembro de 2010 e adquiridas durante quatro meses ao longo de 2011.
25 de junho de 2016
Ramona OrdoñezO Globo

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