Alckmin e Serra unem-se até mesmo ao PT para retirar candidatura de Aécio em 2018. É o tucanato paulista construindo mais uma derrota.
Aécio, a maior votação feita por um presidenciável em São Paulo, mesmo com o apoio de Alckmin à Marina Silva durante boa parte da campanha. Alckmin, contra Lula, menos votos no segundo do que no primeiro turno.
(Folha) O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), inicia nesta semana a segunda fase de uma operação cujo objetivo é firmar seu nome como pré-candidato à próxima eleição presidencial, em 2018. Nesta quarta (24), Alckmin usará a propaganda partidária do PSDB na televisão para se apresentar como o administrador de um Estado que avança em contraponto à "paralisia nacional". Na sexta (26), ele lançará uma das principais obras de sua gestão, o trecho leste do Rodoanel.
Há uma semana, o diretório paulista do PSDB lançou Alckmin para presidente, causando desconforto em alas alinhadas com o senador Aécio Neves (MG), que desponta ao lado do governador como opção da sigla para 2018. Parlamentares próximos ao senador mineiro, que perdeu para a presidente Dilma Rousseff a eleição de 2014, dizem que a ofensiva precoce de Alckmin pode tirar o foco do que hoje deveria ser o principal objetivo do partido: o desgaste do governo e do PT.
Há dois meses, o governador passou a cumprir agenda política intensa. Em Brasília há duas semanas, Alckmin promoveu um jantar para 30 deputados, de diversos Estados e oito partidos diferentes.O paulista também tem buscado informações sobre a situação econômica do país. Convidou recentemente para uma conversa no Palácio dos Bandeirantes o economista Eduardo Gianetti, que assessorou Marina Silva (PSB) na corrida presidencial de 2014.
O vice de Alckmin, Márcio França, presidente do PSB em São Paulo, trabalha para costurar o apoio da sigla a uma futura candidatura. "Não descarto que, se ficar sem espaço no PSDB, ele mude de legenda", diz um dirigente do PSB.
Aécio tem tratado o assunto com cautela. Aos aliados diz que não vai cair na "armadilha" de um embate precoce com Alckmin. No fim deste mês, o senador planeja uma série de viagens pelo país, começando por Manaus, a pretexto de agradecer os votos que recebeu em 2014.
Aécio também busca reafirmar alianças. Em conversas recentes com políticos de Belo Horizonte, sugeriu que pode apoiar o prefeito da cidade, Márcio Lacerda (PSB), se ele quiser se lançar para o Senado ou até mesmo ao governo de Minas Gerais em 2018. Se conseguir manter a seu lado o prefeito, um aliado histórico dos tucanos mineiros, Aécio pode dividir a atenção do PSB entre ele e Alckmin.
TERCEIRO ELEMENTO
Surgiu ainda no PSDB um terceiro elemento, o senador José Serra (SP), que aposta na produção de agenda própria no Congresso e alianças inesperadas para se diferenciar dos dois nomes que hoje dominam os debates no PSDB.
Serra perdeu espaço na cúpula partidária desde 2010, quando suas pretensões presidenciais foram derrotadas pelo PT pela segunda vez. Eleito senador no ano passado, Serra tem negociado pessoalmente com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o apoio aos projetos que julga relevantes.
Questionado outro dia por um aliado se ainda tinha ambições nacionais, Serra disse que políticos que perdem a ansiedade deveriam deixar a política. Em seguida, acrescentou: "Não vou dizer que não sou candidato. Seria ridículo".
22 de junho de 2015
in coroneLeaks
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