A economia mundial dá sinais de pânico, diante das últimas notícias de que “o banco central da Grécia fez um alerta de que o país pode entrar em um “curso doloroso” na direção do default e da saída da zona do euro.”
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, acusa os credores de tentarem “humilhar” o país, ao exigir mais cortes.
A crise levou a saques de cerca de 30 bilhões de euros de bancos gregos. Nos últimos três dias da semana, os saques atingiram cerca de 2 bilhões de euros, do total de depósitos de 133,6 bilhões de euros, mantidos por bancos gregos, até o fim de abril.
As “pedaladas” não são privilégio do governo brasileiro, reveladas na fiscalização do TCU.
Elas aconteceram na Grécia em 2011 e deram causa à crise atual.
Naquele ano, as contas públicas foram maquiadas para apresentá-las aos parceiros da União Europeia e ao Banco Central Europeu. A “pedalada” grega escondeu, que o déficit anual real era várias vezes superior ao declarado.
O déficit público, na época das “pedaladas”, já era de 15.7%, mais do que o dobro informado pelo governo. Atualmente, o país submerge num poço que corresponde a uma dívida de 185% de seu PIB.
O diagnóstico econômico indicou como causas principais, o exagerado aumento do emprego público e um sistema de previdência extremadamente oneroso, fora da realidade global.
Para enfrentar o caos ocorreram fortíssimos cortes de gastos, a partir de 2011, superiores a 28 bilhões de euros, num país que já estava “na pior”, o que restringiu enormemente investimentos em saúde, educação e infraestrutura.
Percebe-se que a queda de braço entre a Grécia e parceiros europeus já dura quatro anos. A “gota d’água” transbordou em 2015.
Embora sejam situações econômicas diferentes, nunca seria demais lembrar que qualquer semelhança da situação grega com o Brasil não é mera coincidência.
A regra é de sempre acreditar que poderá ficar pior do que já está, porque dinheiro não cai do céu, nem na Grécia, nem em nosso país.
O desemprego grego já se aproxima dos 30%.
Entre os jovens, a ociosidade chega a alcançar os 60%.
O PIB caiu 25%, os cidadãos gregos perderam ao redor de 30% de sua renda média.
O gasto público foi reduzido e os hospitais têm grandes dificuldades para funcionar minimamente.
A previdência sofreu violentos e cruéis cortes e já está sendo solicitada uma nova redução para o país economizar 100 milhões de euros.
Os aposentados e pensionistas que vivem com 685 euros por mês – alguns com até menos que isso. - já tiveram reduções de até 20% e congelamento dos valores monetários por cinco anos, enquanto a inflação interna dispara.
Fica no ar a seguinte pergunta: o que acontecerá, se realmente a Grécia deixar a União Europeia?
Segundo economistas, pode gerar uma grande confusão no mercado de capitais, na economia grega e, pior, na economia dos países globais.
O prémio Nobel Paul Krugman resumiu a questão com uma frase: “O risco real para o euro não é que a Grécia sai da União Europeia (UE), mas que seja bem sucedida”.
Os dirigentes não escondem, que a saída da Grécia da zona do euro seria prejudicial ao bloco europeu.
Angela Merkel não acha positiva essa solução. Pode desagregar ainda mais o bloco europeu e fazer todas as economias do continente passar por maus momentos.
Cabe lembrar, que somente 18 dos 27 estados membros da União Europeia aderiram ao Euro até hoje, como moeda nacional.
Caso a saída grega se consume, o país teria a sua moeda própria. Ninguém esconde as dificuldades econômicas imediatas, com mais inflação e perda de poder de compra.
Com prazo mais longo, há quem antecipe que essa seria a melhor forma de recuperação da economia helênica.
Em futuro próximo, fatalmente, surgirão problemas graves no resto da Zona Euro, pela desvalorização da moeda e os governos questionando as atuais políticas de austeridade.
Seria um quebra cabeça antecipar as consequências finais das “pedaladas” da Grécia em 2011.
O mesmo em relação as “pedaladas” do Brasil em 2014.
Melhor aguardar!
22 de julho de 2015
Ney Lopes
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, acusa os credores de tentarem “humilhar” o país, ao exigir mais cortes.
A crise levou a saques de cerca de 30 bilhões de euros de bancos gregos. Nos últimos três dias da semana, os saques atingiram cerca de 2 bilhões de euros, do total de depósitos de 133,6 bilhões de euros, mantidos por bancos gregos, até o fim de abril.
As “pedaladas” não são privilégio do governo brasileiro, reveladas na fiscalização do TCU.
Elas aconteceram na Grécia em 2011 e deram causa à crise atual.
Naquele ano, as contas públicas foram maquiadas para apresentá-las aos parceiros da União Europeia e ao Banco Central Europeu. A “pedalada” grega escondeu, que o déficit anual real era várias vezes superior ao declarado.
O déficit público, na época das “pedaladas”, já era de 15.7%, mais do que o dobro informado pelo governo. Atualmente, o país submerge num poço que corresponde a uma dívida de 185% de seu PIB.
O diagnóstico econômico indicou como causas principais, o exagerado aumento do emprego público e um sistema de previdência extremadamente oneroso, fora da realidade global.
Para enfrentar o caos ocorreram fortíssimos cortes de gastos, a partir de 2011, superiores a 28 bilhões de euros, num país que já estava “na pior”, o que restringiu enormemente investimentos em saúde, educação e infraestrutura.
Percebe-se que a queda de braço entre a Grécia e parceiros europeus já dura quatro anos. A “gota d’água” transbordou em 2015.
Embora sejam situações econômicas diferentes, nunca seria demais lembrar que qualquer semelhança da situação grega com o Brasil não é mera coincidência.
A regra é de sempre acreditar que poderá ficar pior do que já está, porque dinheiro não cai do céu, nem na Grécia, nem em nosso país.
O desemprego grego já se aproxima dos 30%.
Entre os jovens, a ociosidade chega a alcançar os 60%.
O PIB caiu 25%, os cidadãos gregos perderam ao redor de 30% de sua renda média.
O gasto público foi reduzido e os hospitais têm grandes dificuldades para funcionar minimamente.
A previdência sofreu violentos e cruéis cortes e já está sendo solicitada uma nova redução para o país economizar 100 milhões de euros.
Os aposentados e pensionistas que vivem com 685 euros por mês – alguns com até menos que isso. - já tiveram reduções de até 20% e congelamento dos valores monetários por cinco anos, enquanto a inflação interna dispara.
Fica no ar a seguinte pergunta: o que acontecerá, se realmente a Grécia deixar a União Europeia?
Segundo economistas, pode gerar uma grande confusão no mercado de capitais, na economia grega e, pior, na economia dos países globais.
O prémio Nobel Paul Krugman resumiu a questão com uma frase: “O risco real para o euro não é que a Grécia sai da União Europeia (UE), mas que seja bem sucedida”.
Os dirigentes não escondem, que a saída da Grécia da zona do euro seria prejudicial ao bloco europeu.
Angela Merkel não acha positiva essa solução. Pode desagregar ainda mais o bloco europeu e fazer todas as economias do continente passar por maus momentos.
Cabe lembrar, que somente 18 dos 27 estados membros da União Europeia aderiram ao Euro até hoje, como moeda nacional.
Caso a saída grega se consume, o país teria a sua moeda própria. Ninguém esconde as dificuldades econômicas imediatas, com mais inflação e perda de poder de compra.
Com prazo mais longo, há quem antecipe que essa seria a melhor forma de recuperação da economia helênica.
Em futuro próximo, fatalmente, surgirão problemas graves no resto da Zona Euro, pela desvalorização da moeda e os governos questionando as atuais políticas de austeridade.
Seria um quebra cabeça antecipar as consequências finais das “pedaladas” da Grécia em 2011.
O mesmo em relação as “pedaladas” do Brasil em 2014.
Melhor aguardar!
22 de julho de 2015
Ney Lopes
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