Joaquim Levy está "costeando o alambrado". Brizolista eterna, Dilma Rousseff sabe muito bem o que significa a expressão sempre usada pelo gaúcho Leonel Brizola para antecipar o movimento de alguém que estava prestes a traí-lo ou pronto para abandonar seu curral. Como o ministro da Fazenda não é do rebanho da Presidenta, Dilma já teme que, se o Congresso avacalhar com seu levyano arrocho fiscal, o bicho vai pegar e Levy pedirá para sair. Dilma teme mais o abandono de Levy que a ameaça de impeachment.
Joaquim Levy vende a imagem de que é um ente independente no desgoverno do PT-PMDB. Seu mais recente gesto simbólico de que agiria conforme vontade própria - coisa nada fácil de acreditar - foi a desculpa esfarrapada dada para não aparecer no anúncio das antipáticas medidas de corte no orçamento, sexta-feira passada. Levy jogou para que sua ausência fosse interpretada, pelos políticos, como um recadinho de que estaria insatisfeito e que, se suas medidas forem sabotadas ou recusadas pelos parlamentares, deixará o ministério.
Tão temerosos quanto Dilma estão os líderes do governo e da oposição (de mentirinha) no Congresso. Qualquer bebê de colo sabe que, se Levy sair ou seu plano der muito errado (o que tem grandes possibilidades de acontecer), quem corre risco de ser pressionada a renunciar é Dilma Rousseff. Para a classe política, este é o pior cenário possível. Se Dilma for forçada a deixar o Palácio do Planalto, não se sabe, com certeza e segurança, o que pode acontecer do ponto de vista institucional. O impasse se agrava na medida em que a crise econômica gera mais insatisfação popular contra Dilma e seu desgoverno.
A tendência da História é bem clara. Crise econômica costuma derrubar governos de forma mais acachapante que golpes políticos ou militares. A maioria da sociedade brasileira já perdeu a paciência com Dilma, Lula, PT e companhia há muito tempo. O medo concreto da politicagem é que alguém acenda o barril de pólvora. Pode nem acontecer explosão. Mas a imprevisibilidade das consequências não interessa aos detentores do poder. Na visão deles, o melhor negócio é deixar tudo como está, com Dilma acuada até o limite máximo.
Saber até onde vai esse limite é o maior desafio da conjuntura brasileira atual. Literalmente, o Brasil está mais perdido que cego em meio de facada...
Trem ruim, sô!
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Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
26 de maio de 2015
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