"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

REVELAÇÕES DE UM VELHO GUERRILHEIRO INDICAM: O PT E O CHAVISMO O PROJETO CONTINENTAL CUBANO


 
A história é um constante fluir de eventos, alguns singulares; outros, como parte de uma peça teatral onde os atos são conectados, até desfecho quando então cai a cortina para reabrir-se segundos após seguido dos aplausos.
 
Os eventos singulares são ocasionais e desligados da luta pelo poder que define a política e, portanto, não servem para encenar em um palco. A história é, a rigor, a narrativa da luta pelo poder ou pela manutenção do poder. Só entram para a história os acontecimentos que operam mudanças e imprimem significado político às ações e relações sociais. 
 
Assim, o jornalismo é interessante e verdadeiro quando recorta do fluir caótico dos acontecimentos aqueles eventos significativos, isto é, que têm consequência política e determinam desdobramentos futuros no que concerne às estruturas de poder. Os eventos singulares perdem-se na poeira  do tempo.
 
O jornalismo consiste num permanente exercício da memória que descobrem novas conexões de sentido, o estabelecimento de links - ligações - entre fatos significativos. O cérebro opera como um computador. Registra dados relevantes (eventos significativos) e lá diante, passado um bom tempo ou até mesmo alguns anos, alerta para uma conexão.
 
Foi o que acabou de acontecer comigo há pouco, quando varejando pela internet acabei encontrando uma matéria do jornal El País, de setembro deste ano de 2013, enfocando entrevista com o legendário comunista venezuelano Héctor Pérez Marcano, hoje com 82 anos de idade.
Suas revelações me permitem a estabelecer diversas conexões importantes e por isso decidi compartilhá-las com os estimados leitores.
 
Héctor Pérez Marcano
Alguns desse antigos comunistas diferem dos “comunistas do século XXI”, não no que diz respeito à sua faina ideológica.
 
Distinguem-se por serem, pelo menos, mais letrados e com relativa educação, como é o caso de Hector Pérez Marcano e demais integrantes dos tradicionais partidos comunistas.
Diferem portanto de tipos toscos como Lula, Nicolás Maduro, Chávez, o Sargento Garcia ou um Emir Sader.
 
O PT e o PSUV, o partido chavista, são emblemas do comunismo do século XXI.
 
O conjunto desses neo-comunistas poderia ser tipificado como uma espécie de lumpenproletariat organizado politicamente no seu estágio embrionário, haja vista que atualmente já usam terno e gravata, pilotam carros importados, bebem vinhos de boa cepa e aprenderam a tomar banho.
O PROJETO CONTINENTAL CUBANO
 
Feita essa necessária digressão, retomo ao objetivo central deste post que á a entrevista do velho comunista Venezuelano, porquanto traz à tona um dado importantíssimo que pode explicar muito a respeito do que ocorre hoje no Brasil, na Venezuela e em praticamente toda a América Latina: a cubanização do continente.
 
Minha memória costuma não falhar. Noticiei aqui no blog há um bom tempo, quando Hugo Chávez, então com a bola toda, referiu-se à possibilidade da criação de um Estado Transnacional Cuba-Venezuela. Em boa medida isto na prática já existe, mas a tendência é que se estenda a todo o continente latino-americano, dando curso ao projeto de Fidel Castro de uma Cuba Continental, conforme alude Perez Marcano em sua entrevista ao El País.
O texto introdutório da entrevista diz o seguinte:
 
“A história da ingerência cubana na Venezuela remonta aos anos 60, quando Fidel Castro e Ernesto ‘Che’ Guevara, organizaram dois desembarques guerrilheiros em 1966 e 1967 que terminaram em fracasso meses mais tarde.
 
As travessias marítimas foram inspiradas na mítica expedição do barco Granma que partiu das costas de Veracruz a ilha caribenha para começar a revolução.
 
As ações abertas militares abertas começaram em 1963, o dia 29 de setembro deste 2013, marcararam 50 anos da ação mais lembrada da primeira grande campanha gueirrilheira na Venezuela: o malfadado ataque ao Trem do Encanto, um assalto armado ao trem turístico realizado num domingo pelas Forças Armadas de Libertação Nacional, onde foram assassinados sete guardas nacionais e vários turistas foram feridos à bala. 
 
Este é o testemunho, através de uma longa conversação telefônica, de um dos protagonistas daquela guerrilha, Héctor Pérez Marcano, autor do livro autobiográfico “La Invasión de Cuba a Venezuela: Do desembarco de Machurucuto a la revolución bolivariana. 
 
Apesar de sua cumplicidade e confessa admiração por Fidel Castro, este militante comunista de 82 anos de idade se opõe à intromissão aberta de Havana em seu país, desde a era de Hugo Chávez à atualidade” - afirma El País.
 
 
O QUE MUDOU EM MEIO SÉCULO
 
Com o fim da guerra fria, o esfacelamento da ex-URSS, a reunificação alemã e o propalado colapso do “socialismo real”, no final da década dos anos 80 do século passado, houve sim uma mudança geopolítica, mas jamais o fim do comunismo. Uma profusão de livros acadêmicos inundaram as livrarias nos anos seguintes analisando o revertério ocorrido nas hostes comunistas. Esses ratos de academia mais uma vez chafurdaram no engano e na ilusão, como sempre. 
 
Os “eventos significativos”, que conceituei no início deste artigo, não têm e nunca tiveram como atores as ratazanas acadêmicas. A função desses agentes é e sempre foi subalterna e se reduz à tarefa de promover a lavagem cerebral dos jovens.
Esses comunistas de academia existem por obra e graça de seus amigos serviçais do movimento comunista internacional que cumprem “missão” nos veículos de comunicação.
A produção acadêmica da área de ciências humanas, com raras exceções, é digna de nota, particularmente neste século. A maioria desses doutores de academia serve apenas para edulcorar tiranias bolivarianas cumprindo ordens do Foro de S. Paulo.
 
O fim do comunismo foi portanto o mais eloquente embuste ocorrido nos derradeiros anos  do século XX. Na verdade, aqueles eventos foram significativos apenas por dramatizarem o que na verdade não ocorreu.
Em vez do fim do comunismo operou-se uma reformulação total no seu modus operandi, o que se conhece hoje por “comunismo do século XXI”. 
 
Não há mais o idílico (para muitos) desembarque de barcaças mambembes de guerrilheiros sujos e barbudos que não hesitavam em matar e promover a pilhagem. Isso fazia sentido há 50 anos. 
 
Nos tempos atuais os guerrilheiros são assépticos, vestem jalecos brancos e não matam. Salvam os corpos mas expropriam os cérebros de suas vítimas.
 
Cumprem ainda a missão de “desinformar”, o novo jogo diabólico do comunismo embalado pelo atraente invólucro do pensamento politicamente correto que tem seu principal emblema na aparente bonomia do nefasto programa Mais Médicos, do governo do PT.
 
INFORMAÇÃO: O ATIVO PRINCIPAL.
 
Quando Hugo Chávez reportou-se à possibilidade do Estado Transnacional Cuba-Venezuela não estava blefando, como se pode verificar nesta entrevista do ex-guerrilheiro Hector Pérez Marcano.
 
O Plano Continental cubano começou a ser posto em prática objetivamente com a criação do Foro de São Paulo, entidade esquerdista fundada por Lula e Fidel Castro em 1990, e que opera as diretrizes de ação formuladas a partir de Havana.
 
Em sua entrevista ao El País, Pérez Marcano, revela isso com absoluta clareza. Embora comunista, se manifesta também contra a ingerência cubana na Venezuela. 
 
O que é mais interessante notar, e isso já informei aqui no blog, é que um dos principais ativos na atualidade é a informação. Aliás, sempre foi. Ocorre que agora com a tecnologia a possibilidade de transmissão de dados e seu armazenamento em qualquer ponto do planeta que possua um data center é perfeitamente factível.
 
E, como já foi denunciado por expert ex-funcionário do departamento de Justiça da Venezuela, hoje exilado nos Estados Unidos, Cuba detém hoje os dados de todos os venezuelanos e influi diretamente nas eleições de sorte a controlar seus resultados. Estas informações coincidem com aquelas apontadas por Pérez Marcano ao jornal El País.
 
Segue a parte final da entrevista no original em espanhol. Ainda nesta sexta-feira farei a tradução para o português.
 
Leiam:
 
P. ¿Quiénes fueron los exguerrilleros que apoyaron a Chávez en el golpe?
 
R. Sólo algunas individualidades, como Douglas Bravo, exlíder del PCV, estaban comprometidos en el golpe a través de Adán Chávez; pero la izquierda como movimiento no. Incluso algunos de ellos en el momento del golpe fueron apartados por Chávez. Ellos fueron dejados afuera de la conspiración de 1992. Después Douglas Bravo le reclamó a Chávez, que le respondió: “Es que los civiles molestan en una situación como esa”.
 
P. ¿Todo lo verde olivo le causa ahora cierta aversión?
 
R. Algo de eso hay. Por eso los dirigentes del PCV hicieron esfuerzos para que me incorporara a la campaña de Chávez en 1998 y me entrevistara con él. Y lo rechacé. Ya desde mediados de 1998 advertía lo que ocurriría y alerté del peligro.
 
P. Usted afirma en su libro que casi nadie atendió su advertencia del regreso del proyecto continental de Fidel, luego de la reelección de Chávez en 2006. ¿Cuáles fueron sus fuentes?
 
R. Así es. Nadie me hizo caso. Veía la conexión a partir de información de un agente de inteligencia cubano que trabajó en la Embajada de Cuba en Venezuela en las décadas de los años 70 y 80. Yo sabía que él era del G2 [espionaje político] en aquel tiempo, cuando yo por supuesto era solidario con la revolución cubana. Él salió de Venezuela, ya no reside en Cuba y ha seguido trabajando en Centroamérica para la inteligencia cubana; preferentemente vive en México. Viene con frecuencia a Venezuela. Esa fue mi fuente.
 
P. ¿Puede dar su nombre?
 
R. No.
 
P. ¿Qué contactos tiene en Venezuela ese espía cubano?
 
R. Viene con frecuencia a Venezuela. Tiene excelentes relaciones con los sectores políticos de Venezuela, tanto de derecha como de izquierda, con movimientos políticos de todo tipo. Es un cuadro político importante, influyente que desarrolla una labor muy útil para los cubanos. Cuando viene se entrevista con todo el mundo. Y una de las personas con la que se reúne siempre es conmigo. Fue a través de él que supe detalles de la presencia cubana, ya como una intervención en Venezuela. Me di cuenta que se estaba armando lo que califiqué de nuevo proyecto continental cubano. Teniendo el poder por la vía electoral, busca promover la expansión de estos movimientos en América Latina. Él tenía contactos con Ramiro Valdez, el sucesor de Manuel Piñeiro, Barba Roja, el principal responsable de la subversión cubana en Latinoamérica en la era de Fidel.
 
P. ¿Cuáles son sus objeciones al papel de los cubanos en Venezuela hoy?
 
R. Ellos controlan el servicio de identificación nacional de los ciudadanos venezolanos Está vinculado con el registro electoral permanente. Ese registro tiene un crecimiento que no se corresponde con el crecimiento vegetativo de la población venezolana. Allí hay varios millones de electores virtuales. Los cubanos son los artífices del fraude en Venezuela
 
25 de outubro de 2013
in aluizio amorim

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