"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

À ESPERA DA PALAVRA FINAL


Vencida, propriamente, a batalha não está, porque mesmo aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça, falta manifestar-se o plenário do Senado. Como a Câmara já havia votado, está por algumas sessões a obrigação de serem abertas todas as votações no Legislativo.
Trata-se de um formidável avanço democrático. Não havia explicação, a não ser fisiológica, para deputados e senadores se esconderem atrás do voto secreto quando apreciavam cassações de colegas, vetos presidenciais e nomeação de  autoridades diplomáticas ou judiciárias.
Mostrar a cara, e o voto, em todas as situações, seria o mínimo exigido pelo eleitor. Saber como se comportam os parlamentares é direito inalienável de quem votou neles. Para não ficar mal com companheiros de bancada, ou para ficar bem com o governo, valia o voto secreto. Como estamos a um passo de não valer mais, aguarda-se a palavra final dos senadores. Fácil não vai ser, dadas as longas discussões na Comissão de Constituição e Justiça, mas como acabou prevalecendo o bom senso, espera-se que a decisão se repita.

CONTRADIÇÕES
Anuncia-se que prefeitos de Minas e de Pernambuco organizam uma greve, fechando as portas de suas prefeituras em sinal de protesto contra a redução dos repasses federais ao Fundo de Participação dos Municípios. Caso aconteça essa aberração, espera-se que nas próximas eleições eles venham a ser rejeitados pelo eleitorado, candidatos à reeleição ou a outros cargos.
Infelizmente, no Brasil, a moda pegou. Convivemos com greves de policiais, de juízes e outras categorias que pela própria natureza deveriam estar impedidos de paralisar seus trabalhos.
O Congresso carrega parte da responsabilidade por essa contradição, pois até hoje não regulamentou o artigo da Constituição relativo às greves no serviço público. Deputados e senadores não querem ficar mal com o funcionalismo público, que vota.

SERRA NÃO DESISTE
Abandonada que foi a proposta para realização de uma prévia entre os tucanos para a escolha de seu candidato presidencial, e diante do controle que Aécio Neves exerce na direção nacional do PSDB, lança-se José Serra em campanha. Argumentando que nas consultas do Ibope e da Datafolha ele dispõe de  números superiores aos do ex-governador de Minas, o ex-governador de São Paulo acredita poder conquistar a candidatura, a ser definida numa convenção nacional dos tucanos. Um sinal capaz de definir as tendências será a fixação da data  dessa importante reunião: em março ou depois, até julho? Em São Paulo, em Minas ou em Brasília?

CAMPOS EXIGIRÁ PERNAMBUCO
No Partido Socialista a indefinição é parecida. O governador Eduardo Campos detém o direito de preferência sobre Marina Silva, já que lançou-se antes. Por via das dúvidas, porém,  decidiu que a convenção nacional de seu partido será em Recife. Marina prefere Brasília.

SARNEY OBSERVA
Mesmo  tendo declarado não pretender candidatar-se outra vez, o senador José Sarney examina a possibilidade de concorrer a novo mandato. Terá que ser pelo Amapá, pois o Maranhão está ocupado pela filha Roseana. Aos amigos, o ex-presidente recomenda nada informarem de decisivo, deixando a hipótese em aberto, “para intranquilizar os adversários”. Na bolsa de apostas do Congresso, no entanto, andam em alta as ações que pregam mais um mandato.

25 de outubro de 2013
Carlos Chagas

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