"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

MST VAI ÀS PERIFERIAS ARREGIMENTAR NOVOS MILITANTES PARA LUTAR CONTRA O "GOLPE"


Integrantes do MST na sede do Itesp em Mirante do Paranapanema
MST invadiu a sede do Itesp em Mirante do Paranapanema
























Com a perspectiva do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o Movimento dos Sem-Terra (MST) retomou a arregimentação de pessoal nas periferias para engrossar suas bases no campo. O objetivo é reforçar os quadros para enfrentar a “direita golpista”, como é chamado o possível governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB). Num primeiro momento, o MST vai participar com centrais sindicais e outros movimentos populares da paralisação prevista para o dia 10, véspera da votação do impeachment no Senado.
Líderes do MST consideram que os 13 anos de governo do PT deixaram a militância “enferrujada”, além de terem contribuído, com programas sociais como o Bolsa-Família, para esvaziar os acampamentos em todo o País. De acordo com o dirigente nacional Gilmar Mauro, o movimento se prepara para “novas batalhas” em caso de vitória do impeachment. “Não vamos aceitar um governo sem legitimidade. À medida que a classe trabalhadora se der conta de qual é o projeto do possível governo Temer, a tendência é o processo de mobilização aumentar cada vez mais”, afirmou.
Em vários Estados os acampamentos começaram a ser reforçados.
NO ASSENTAMENTO
Na manhã do domingo, 1, um comboio de caminhões e carros ocupou longa faixa do acostamento da BR 261, entre Campo Grande e Terenos, em Mato Grosso do Sul, desembarcando dezenas de famílias recrutadas na periferia da capital. Os recém-chegados engrossaram o Assentamento Olga Benário.
No mesmo dia, integrantes do movimento instalaram um novo acampamento às margens da BR-163, entre Naviraí e Itaquiraí, no sul do Estado. Os barracos foram erguidos numa área invadida pelos militantes.
NOVAS INVASÕES
Na segunda feira, 2, no Pontal do Paranapanema, oeste do Estado de São Paulo, integrantes do MST invadiram as fazendas Nazaré, em Marabá Paulista, e Santa Cruz, em Mirante do Paranapanema. Parte dos grupos que ergueram barracos nas áreas ocupadas era composta por desempregados e moradores de rua recrutados nas periferias de Presidente Prudente e Presidente Venceslau.
Sob um extenso barraco de lona, os novatos ouviram dos coordenadores uma exposição sobre o atual momento político, com a “sabotagem” do governo Dilma e a “direita assumindo com Temer” para acabar com as conquistas sociais. “Nós vamos dar trégua a eles? Não, nós vamos lutar, marchar, ocupar!”, apregoavam.
De acordo com Márcio Barreto, da direção estadual, além da mobilização pela reforma agrária, o movimento faz um trabalho de conscientização política.
CRÍTICA A FHC
“Mostramos o que foi o governo Fernando Henrique (Cardoso) e o que fez o governo Lula para os movimentos sociais”, disse Barreto, acrescentando que, na gestão dos tucanos, houve preocupação em investigar os movimentos, enquanto se “encobria” a corrupção. Segundo Barreto, o MST tem mil famílias acampadas no Pontal, “mas o número de famílias aptas a se cadastrarem no programa de reforma agrária é muito maior”.
A crise política levou o MST a buscar uma reaproximação com grupos dissidentes, como o Movimento Social de Luta (MSL), que atua principalmente em Goiás, no entorno do Distrito Federal e na região de Bauru, interior de São Paulo. De acordo com o líder do MSL, Luciano de Lima, o risco da “volta da direita” ao poder está unindo os movimentos.
“Fomos procurados pelo pessoal do MST e estamos juntos na luta contra o golpe.”
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Lula incitou os movimentos sociais a incendiarem o país, mas fica em sua cobertura duplex, se dizendo deprimido, enquanto os trabalhadores sem terra e desempregados se arriscam em invasões e violentos protestos, interrompendo rodovias. Ser líder do pobres, mas vivendo como rico, é a atitude atual dele . (C.N.)

05 de maio de 2016
José Maria Tomazela
Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário