"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

IMPRENSA ESTRANGEIRA DIZ QUE AFASTAMENTO DE CUNHA E 'HISTÓRICO' E 'DRAMÁTICO'

"TARDE DEMAIS"
AFASTAMENTO DE EDUARDO CUNHA FOI DESTAQUE EM DIVERSOS PAÍSES


O 'NYT' AFIRMA QUE O AFASTAMENTO DE EDUARDO CUNHA NÃO AJUDA A PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF (FOTO: REPRODUÇÃO/NYT)


A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki de afastar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi classificada como "histórica" pelo jornal Financial Times. Para a emissora britânica BBC, a medida foi "dramática", mas veio "tarde demais para salvar Dilma Rousseff". O americano The New York Times afirma que o afastamento não vai ajudar a presidente, mas reflete o potencial para mais turbulência política no País. As atenções, diz o NYT, se voltam agora para deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que assumiu a presidência da Câmara e também é investigado pela Operação Lava Jato.

Na internet, o britânico FT diz que o político fluminense foi o "arquiteto do movimento de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff". O Financial Times cita ainda que "analistas consideram a decisão importante para o Brasil representando uma intervenção de um Poder, o Judiciário, em outro, o Legislativo".

A reportagem lembra que a decisão não alterará o andamento do processo de impeachment, mas o texto diz que a decisão de Teori Zavascki pode servir "como argumento contra o processo". "Apoiadores da presidente já alegavam que, ao impedir a presidente, o poder será entregue a um cartel de corruptos em um Congresso liderado por Cunha", cita o texto.

Na BBC, o correspondente do canal no Brasil, Wyre Davies, diz que "a dramática suspensão de Eduardo Cunha pode ter vindo tarde demais para salvar Dilma Rousseff". "Mas, sem dúvida, ele teve um papel crítico no processo que agora pode suspender a primeira presidente mulher do Brasil", cita o jornalista em análise publicada no site da BBC.

Davies afirma que Cunha é um "talentoso e bem conectado operador político", mas é mais impopular que a presidente da República após a divulgação de detalhes das contas bancárias do político na Suíça.

O jornal espanhol El País dá destaque à decisão e ao fato de que o político é "sempre polêmico e extremamente poderoso". A publicação lembra que Cunha é acusado de participar do esquema de corrupção da Petrobrás e ter recebido milhões de dólares, inclusive com contas na Suíça. O processo de investigação sobre isso, porém, está praticamente parado, nota o El País.

"Cunha, um sobrevivente político nato, conseguiu atrasar ao máximo o processo para seguir à frente do Parlamento e liderar o processo de destituição de Dilma Rousseff, sua inimiga declarada", diz o jornal espanhol.

O afastamento de Cunha também repercute na imprensa dos Estados Unidos, incluindo nas redes de televisão ABC e Fox News e nos dois principais jornais do país, o The Wall Street Journal e o The New York Times. Este último, afirma que a saída do deputado veio depois de muito do estrago para Dilma Rousseff já ter sido feito por Cunha, mas a decisão da Suprema Corte mostra o potencial para mais turbulência política no país.

No The Wall Street Journal, a reportagem descreve que o afastamento de Cunha ajuda a aumentar a incerteza no já tumultuado cenário político brasileiro. A decisão de Teori ocorre em meio a uma crise política que se aprofunda no Brasil, destaca o jornal, citando que o Senado vota na semana que vem o processo de impeachment de Dilma.

Além disso, a reportagem ressalta que líderes políticos, acadêmicos e analistas mostraram preocupação no Brasil nos últimos dias de que na linha sucessória para ocupar a Presidência do país, mesmo que de forma temporária, pudesse ter um deputado envolvido em vários escândalos de corrupção. (AE)



05 de maio de 2016
diário do poder

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