Ninguém quer ver Dilma Rousseff ajoelhando para pedir perdão. Nem de uma gestora em apuros se esperaria semelhante teatro. Mas esta presidenteé culpada pela crise econômica que carcome a sua credibilidade.
E não obterá a “parceria'' que reivindica enquanto não abandonar a convicção segundo a qual a crise é “internacional”, seus efeitos sobre o Brasil serão “transitórios” e tudo terminará bem porque seu governo dispõe de uma “agenda”.
Dilma foi ao Congresso. Entregou pessoalmente a mensagem do Executivo para o ano legislativo de 2016. O ministro Jaques Wagner disse que a presença da presidente entre os congressistas foi um gesto de “humildade”.
O presidente do Congresso, Renan Calheiros, declarou que não é hora de apontar responsabilidades, mas de buscar soluções. Avaliou que Dilma abriu-se para o diálogo.
Humildade? Nenhum movimento dramático seria necessário se a Dilma que cumpre seu segundo mandato já tivesse reconhecido que a Dilma dos primeiros quatro anos foi uma administradora precária. Diálogo?
Sem uma boa contrição, dificilmente se estabelecerá uma comunicação sincera entre Dilma e o Congresso.
São notáveis as escolhas que Dilma não fez quando tinha popularidade, base congressual e poder para realizá-las. Ainda que se desconsidere o governo Lula, período em que madame mandou na economia desde 2006, quando Antonio Pallocci se auto-implodiu, há o tempo já decorrido de sua própria administração.
Depois de mais de cinco anos de nenhuma responsabilidade fiscal, de absoluta negligência com o rombo crescente da Previdência, e de um mal disfarçado autoritarismo gerencial, conclui-se: ou a humildade de Dilma é falsa ou a presunção de autossuficiência a impede de reconhecer que também está sujeita à condição humana.
03 de fevereiro de 2016
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