Quem ouviu ZéDirceu valorizar perante o juiz Sérgio Moro a sua coragem de entrar no Brasil, armado, clandestino, com documentos falsos, arriscando a vida pelos seus idéias durante a ditadura, até esquece que o bonitão voltou ao Brasil, engabelou Clara Becker, uma moça dona de uma próspera boutique no Paraná, casou-se com ela, tiveram até um filho (Zeca), não abriu a boca sobre não ser quem ele dizia que era (Carlos Henrique Gouveia de Mello) e, quando saiu a anistia, saltou fora, largou a mulher, e voltou a ser José Dirceu, o Grande.
Dizem que nos quatro anos em que esteve casado com Clara, ele passava seus dias sentados num aprazível bar da cidade, lendo jornais, enquanto a apaixonada esposa tocava o negócio que sustentava a família. Hoje, mesmo sabendo que foi usada para dar fachada de cidadão comum e insuspeito a ZéDirceu, Clara se derrete em elogios ao ex-marido. Só podia ser mulher.
03 de fevereiro de 2016
miriam macedo
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