"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

DINHEIRO PARA NORA DE LULA FOI UM EMPRÉSTIMO JAMAIS PAGO?



Bumlai muda a versão do operador Fernando Baiano
O pecuarista José Carlos Bumlai, acusado pelo delator Fernando Soares, o Baiano, de receber propina para mediar negócios no setor de petróleo e repassá-los a uma nora do ex-presidente Lula, afirma que os recursos que recebeu do lobista serviram, na verdade, para pagar empregados de suas fazendas.
Bumlai repetiu a versão a mais de uma pessoa. Segundo a Folha apurou, ele diz que contratou Baiano para ajudá-lo a vender uma termelétrica. Pela corretagem, lhe pagaria uma comissão milionária.
Como estava precisando de recursos com urgência, já que seus negócios no setor agropecuário passam por dificuldades, Bumlai pediu a Baiano, na ocasião em que o contratou, um empréstimo para quitar dívidas com trabalhadores de suas terras.
O lobista aceitou, segundo a versão do pecuarista. Como tinha recursos para receber de uma empresa ligada à OSX, de Eike Batista, para quem prestava serviços, Baiano pediu que a companhia repassasse o crédito a Bumlai.
JAMAIS SALDADO…
O dinheiro teria sido então depositado na conta de uma empresa da família do fazendeiro. Ou seja, o que Baiano diz ser propina não passaria de um empréstimo a Bumlai, sem contrato assinado e jamais saldado.
O fazendeiro diz a interlocutores que, ao contrário do que sugere o delator, os recursos depositados na tal empresa não foram repassados a uma nora do ex-presidente Lula, mas sim a ele próprio, por meio de um contrato de mútuo. Ele teria usado o dinheiro para então pagar seus empregados.
O fazendeiro rebate ainda os valores revelados por Baiano nos depoimentos que deu às autoridades em acordo de delação premiada. Ele diz que não recebeu R$ 2 milhões do delator, e sim R$ 1,5 milhão.
DELAÇÃO
Baiano afirmou em seus depoimentos que o ex-presidente Lula participou de reuniões com Bumlai, de quem é amigo, e o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, sobre contratos da Petrobras.
A reunião com Lula foi marcada durante as tratativas de Baiano, que atuava em nome da OSX, de Eike, e Bumlai para conseguirem um contrato de construção de navios-sonda com a Sete Brasil.
Segundo a versão do delator, Lula teria prometido “ajudar a dar mais velocidade”, mas os negócios supostamente intermediados por Bumlai não prosperaram.
Mesmo assim, meses após a reunião, que teria ocorrido em 2011, Baiano diz ter repassado R$ 2 milhões em propina a Bumlai, que teria solicitado para uma nora de Lula.
Lula disse que nunca autorizou o amigo a pedir dinheiro em nome dele e negou que alguma nora tenha recebido favor de Baiano. Nesta quinta-feira (22), o ministro do STF Teori Zavascki negou um pedido de Fábio Luís Lula da Silva, filho de Lula, para ter acesso à delação de Baiano.

23 de outubro de 2015
Mônica Bergamo
Folha

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