Quem será prejudicado caso o Congresso aprove o fim da obrigatoriedade do voto? O trabalhador. Porque se votar tornar-se um direito, não um dever, quantos optarão por ficar em casa ou ir à praia em vez de enfrentar filas para escolher candidatos nos quais não acreditam e até desprezam? O cidadão comum, aquele que não aguenta mais assistir o festival de roubalheira encenado pela maioria de nossos políticos, aproveitará a oportunidade para evitar sacrificar-se. Precisamente aquele que, mesmo a contragosto, costuma eleger gente igual a ele, apesar das frustrações.
As elites comparecerão às urnas, para continuar ditando as regras que engordam seus benefícios. Resultado: mais espaço para a permanência do mesmo de sempre.
Provavelmente esta semana a Câmara decidirá a respeito, dentro do fracasso que tem sido a reforma política. Basta ver que deputados e que partidos votarão pelo direito ou pelo dever. De qualquer forma, não há debate nem discussão a respeito. Parecem anestesiados os integrantes das bancadas ditas de esquerda, sem noção das consequências.
CONSPIRAÇÃO EM MARCHA
Deve cuidar-se o senador Aécio Neves. Os paulistas estão em conspiração aberta para impedir sua candidatura às eleições de 2018. Querem Geraldo Alckmin como candidato, em especial agora, quando o PT se encontra em curva descendente. Não cuidavam, os paulistas, de substituir o mineiro quando a candidatura do Lula ia de vento em popa, depois da reeleição de Dilma. Quando as coisas começaram a desandar e até os panelaços ganharam as ruas, perceberam que a vitória deixou de constituir-se num sonho impossível. Para perder outra vez, Aécio era o preferido. Mas diante da hipótese de o Lula não concorrer, ou da possibilidade dele perder a eleição, os ventos mudaram. Os paulistas estão novamente embalados. O primeiro passo será desgastar e afastar o ex-governador de Minas. Para isso não hesitarão na busca de pretextos para demonstrar a fragilidade de sua candidatura.
Fernando Henrique, José Serra e outros empenham-se na tentativa de apresentar Alckmin como a melhor solução. Vem por aí uma campanha destinada a demonstrar as excelências de seu governo em São Paulo. Ao mesmo tempo, pretendem avançar nas bases tucanas de outros estados. As eleições municipais do ano que vem servirão de teste: se elegerem a maioria dos prefeitos, exceção, é claro, dos candidatos em Minas, formarão sólida base para o futuro. Em suma, o grande adversário dos paulistas do PSDB não é o Lula. É Aécio…
09 de junho de 2015
Carlos Chagas
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