O PT realiza o 5º Congresso Nacional entre 11 e 13 de junho em um momento de profunda tensão nas relações com o governo da presidente Dilma Rousseff. Críticas de petistas à política econômica, ameaças de apupos e ataques ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, uma relação fria entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a enxurrada de denúncias de corrupção que afundam a legenda, agora com o escândalo da Petrobras, são ingredientes de um encontro que muitos consideram desnecessário neste momento.
Até nisso governo e partido mostram descompasso. Para alguns auxiliares diretos da presidente, o PT erra ao marcar um Congresso para este momento. Para eles, os temas que afligem a legenda e o Planalto poderiam ser discutidos em uma executiva da legenda. Mas foram os integrantes da Executiva que insistiram na realização do Congresso, segundo um petista próximo à presidente.
Ex-chefe da Casa Civil e uma das principais defensoras da presidente Dilma no Congresso, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) acha que os parlamentares petistas já deram a sua cota de sacrifício ao aprovar as medidas de ajuste fiscal encaminhadas pelo ministro Joaquim Levy. “É natural que tenhamos divergências. Governo é uma coisa e partido é outra coisa. O partido sempre tem a obrigação de estar à frente dos governos, por serem mais dinâmicos.”
AJUSTE FISCAL
Gleisi, contudo, disse que, apesar das discordâncias, o PT não pode deixar que a essência do ajuste fiscal seja alterada, pois, segundo ela, a arrumação da casa será essencial para o governo Dilma retomar a agenda do crescimento e das conquistas sociais.
Uma das principais tendências do partido, a Mensagem, da qual fazem partes nomes como o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, pensa diferente. O grupo defende uma mudança profunda na política econômica, o que, em tese, esvazia a autoridade do atual ministro da Fazenda.
09 de junho de 2015
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