Em visita a Rio Preto, interior de São Paulo, no dia 4 de abril do ano passado, a presidente Dilma Rousseff, em entrevista a emissoras de rádio da cidade, anunciou que lançaria dali a cinco meses a terceira etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-3).
Na ocasião, ela estava acompanhada do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, aspirante a candidato do PT ao governo de São Paulo. Depois da entrevista, Dilma partiu para a cerimônia de entrega de 2.508 casas do programa Minha Casa, Minha Vida.
Alguém por aí tem notícias do PAC 3?
Passou agosto e o programa não foi lançado. Padilha perdeu a eleição para governador de São Paulo sem sequer disputar o segundo turno e o PAC 3 ficou no esquecimento. Dilma foi empossada para seu segundo mandato presidencial e não se soube mais do PAC 3.
Hoje será anunciado “o maior plano de investimentos em logística da história do país”, segundo Edinho Silva, o entusiasmado ministro de Comunicação. Guarde o nome do plano: Plano de Investimento em Logística (PIL).
Diante da previsão de que o PIB deve recuar, este ano, 1,2%, no pior resultado em 25 anos, o novo plano de concessões, que incluirá 11 rodovias e 4 aeroportos em grandes capitais, além de terminais portuários e ferrovias, deve movimentar, ao todo, entre 130 a 190 bilhões de reais.
É a esperança de Dilma para esquentar a economia, reduzir o desemprego crescente e atravessar o ano – talvez o pior de nossas vidas desde que o PT chegou ao poder em 2003.
O PIL, de fato, foi lançado há três anos, e previa investimentos de 200 bilhões de reais – metade deles no setor ferroviário. Só que nenhuma ferrovia foi licitada até aqui.
Quase sempre, programas de desenvolvimento servem mais à propaganda de governos do que aos reais interesses do distinto público. Sob administração da então ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, o governo produziu um grande barulho quando lançou o PAC 1 em março de 2007.
Quatro anos depois, apenas um terço das obras havia sido concluído. O PAC 2 veio ao mundo em 29 de março de 2010. Foi recepcionado pela oposição como “mera peça de campanha eleitoral movida às custas do contribuinte brasileiro". Fazia sentido. Até o final de abril de 2014, apenas 15,8% das obras do PAC 2 estavam concluídas.
É como uma caixinha de lenços de papel. Você puxa um lenço e antes que ele saia de todo já aparece o seguinte. E o que se prometeu para o PAC 1 é reciclado e acaba incorporado ao PAC 2. E o que não foi aprontado pelo PAC 2 seguramente fará parte do PAC 3. E assim seguimos sendo enrolados.
09 de junho de 2015
Ricardo Noblat
Na ocasião, ela estava acompanhada do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, aspirante a candidato do PT ao governo de São Paulo. Depois da entrevista, Dilma partiu para a cerimônia de entrega de 2.508 casas do programa Minha Casa, Minha Vida.
Alguém por aí tem notícias do PAC 3?
Passou agosto e o programa não foi lançado. Padilha perdeu a eleição para governador de São Paulo sem sequer disputar o segundo turno e o PAC 3 ficou no esquecimento. Dilma foi empossada para seu segundo mandato presidencial e não se soube mais do PAC 3.
Hoje será anunciado “o maior plano de investimentos em logística da história do país”, segundo Edinho Silva, o entusiasmado ministro de Comunicação. Guarde o nome do plano: Plano de Investimento em Logística (PIL).
Diante da previsão de que o PIB deve recuar, este ano, 1,2%, no pior resultado em 25 anos, o novo plano de concessões, que incluirá 11 rodovias e 4 aeroportos em grandes capitais, além de terminais portuários e ferrovias, deve movimentar, ao todo, entre 130 a 190 bilhões de reais.
É a esperança de Dilma para esquentar a economia, reduzir o desemprego crescente e atravessar o ano – talvez o pior de nossas vidas desde que o PT chegou ao poder em 2003.
O PIL, de fato, foi lançado há três anos, e previa investimentos de 200 bilhões de reais – metade deles no setor ferroviário. Só que nenhuma ferrovia foi licitada até aqui.
Quase sempre, programas de desenvolvimento servem mais à propaganda de governos do que aos reais interesses do distinto público. Sob administração da então ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, o governo produziu um grande barulho quando lançou o PAC 1 em março de 2007.
Quatro anos depois, apenas um terço das obras havia sido concluído. O PAC 2 veio ao mundo em 29 de março de 2010. Foi recepcionado pela oposição como “mera peça de campanha eleitoral movida às custas do contribuinte brasileiro". Fazia sentido. Até o final de abril de 2014, apenas 15,8% das obras do PAC 2 estavam concluídas.
É como uma caixinha de lenços de papel. Você puxa um lenço e antes que ele saia de todo já aparece o seguinte. E o que se prometeu para o PAC 1 é reciclado e acaba incorporado ao PAC 2. E o que não foi aprontado pelo PAC 2 seguramente fará parte do PAC 3. E assim seguimos sendo enrolados.
09 de junho de 2015
Ricardo Noblat
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