Então Flávio Ilha, de O Globo, perguntou ao advogado Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff, e conselheiro informal dela, se o ajuste fiscal era inevitável. Resposta:
- Sim. Quem ganhasse a eleição [presidencial do ano passado] teria de fazê-lo, com mais ou menos arrojo, com doses diferentes, mas teria de fazer.
- Então a tese de estelionato eleitoral é correta? – insistiu Flávio.
- Não diria isso. É que o governo tomou consciência da gravidade da situação durante a campanha eleitoral. E aí, no meio da eleição, não tem como mudar a política econômica. E nem dá para falar em crise, sendo governo, durante uma campanha eleitoral. Então, eu vejo que se tratou de preparar o país para, logo depois da eleição, adotar uma política para sair da crise.
Carlos quer que acreditemos que o governo só tomou consciência da “gravidade da situação” durante a campanha. Se de fato foi assim é muito grave. Porque qualquer economista pé rapado sabia muito tempo antes da eleição que a desastrosa política econômica do governo obrigaria o país a passar por um duro ajuste fiscal.
Carlos admite que houve estelionato eleitoral quando diz que durante uma campanha eleitoral o governo não pode falar em crise. Pode falar, como Dilma falou, que o país estava uma maravilha, e negar que fosse promover um ajuste fiscal caso se reelegesse. Mas não pode falar em crise.
Por negar a crise, pode mentir. Mas a verdade só pode ser anunciada depois de fechadas as urnas, contados os votos, proclamados os resultados.
Sei.
09 de junho de 2015
Ricardo Noblat
- Sim. Quem ganhasse a eleição [presidencial do ano passado] teria de fazê-lo, com mais ou menos arrojo, com doses diferentes, mas teria de fazer.
- Então a tese de estelionato eleitoral é correta? – insistiu Flávio.
- Não diria isso. É que o governo tomou consciência da gravidade da situação durante a campanha eleitoral. E aí, no meio da eleição, não tem como mudar a política econômica. E nem dá para falar em crise, sendo governo, durante uma campanha eleitoral. Então, eu vejo que se tratou de preparar o país para, logo depois da eleição, adotar uma política para sair da crise.
Carlos quer que acreditemos que o governo só tomou consciência da “gravidade da situação” durante a campanha. Se de fato foi assim é muito grave. Porque qualquer economista pé rapado sabia muito tempo antes da eleição que a desastrosa política econômica do governo obrigaria o país a passar por um duro ajuste fiscal.
Carlos admite que houve estelionato eleitoral quando diz que durante uma campanha eleitoral o governo não pode falar em crise. Pode falar, como Dilma falou, que o país estava uma maravilha, e negar que fosse promover um ajuste fiscal caso se reelegesse. Mas não pode falar em crise.
Por negar a crise, pode mentir. Mas a verdade só pode ser anunciada depois de fechadas as urnas, contados os votos, proclamados os resultados.
Sei.
09 de junho de 2015
Ricardo Noblat
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