"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 24 de março de 2015

PEGOU MAL O "SURTO" DE TOMBINI POR CAUSA DE PASTORE



Tombini, do BC, ficou estressado com as críticas de Pastore

Assessores mais próximos de Dilma classificam como, no mínimo, desastrada a decisão do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de bater boca publicamente com o ex-presidente da instituição Affonso Celso Pastore.

O ex-BC disse, na quinta-feira passada, que Tombini sempre promete, mas nunca entrega a meta de 4,5% de inflação. Tombini contra-atacou e afirmou que, na gestão de Pastore à frente da autoridade monetária, entre agosto de 1983 e agosto de 1985, a inflação passou de 134,69% para 224,60%.

O bate-boca causou tanto burburinho no mercado que Tombini se disse arrependido do confronto e afirmou respeitar o trabalho e as opiniões do ex-presidente do BC. Pastore, no entanto, manteve a declaração, recebendo apoio maciço de economistas de todas as matizes.

FORA DO TIROTEIO

Em encontro corporativo do Banco do Brasil, o ex-senador e atual vice-presidente de Agronegócio da instituição, Osmar Dias, disse a uma plateia de 2,7 mil líderes do BB estar aliviado por não participar do atual tiroteio político. “Enquanto lá fora os outros estão se apunhalando pelas costas, aqui no BB me sinto seguro.”

Em outro momento do evento, o presidente do BB, Alexandre Abreu, foi interrompido para a exibição de um vídeo de Paulo Rogério Caffarelli, que chegou a ser cotado para o comando da instituição. Caffarelli negou qualquer divergência com Abreu, a quem desejou sorte.

RACIONALIDADE

Um técnico do Banco Central lembra que, além da ajuda da Standard & Poor’s, o governo está recebendo total apoio do Federal Reserve (Fed), o BC dos Estados Unidos. Diante da sinalização de que a instituição norte-americana não subirá os juros tão rápido, a tendência é de se amenizar o processo de valorização de dólar, um foco de pressão sobre a inflação.

Ele lembra ainda que mais analistas têm demonstrado confiança na permanência de Joaquim Levy à frente da Fazenda. Para completar, parece que a presidente Dilma compreendeu a importância de reconstruir sua base política. “Aos poucos, a racionalidade voltará aos mercados”, diz.

25 de março de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense

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