"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 24 de março de 2015

GRANDES EXEMPLOS QUE A PETROBRAS NÃO SEGUIU

 

 

Ao selecionar diretores, que a empresa respeite fatores essenciais, como escolha por méritos próprios e não por partidos, vida honrada, capacidade técnica.
A última grande descoberta de petróleo no país ocorreu há 40 anos, quando geólogos da Petrobras conseguiram mapear inúmeras jazidas em alto-mar, na Bacia de Campos, no litoral do Estado do Rio de Janeiro, hoje responsáveis pela quase totalidade da produção nacional de cerca de 2 milhões de barris diários. Nas décadas de 70 e 80, o parque de refino ampliou-se, bem como se implantou a indústria petroquímica, inexistente até aquela época.
À frente daquelas realizações estavam funcionários de carreira da Petrobras, cuja atuação foi decisiva para o país tornar-se mais independente, libertando-se da importação de matérias-primas essenciais à industrialização e ao desenvolvimento econômico.

CARLOS WALTER
Na área de exploração de petróleo consagrou-se o nome do geólogo Carlos Walter Marinho Campos, a cuja determinação se deve a descoberta da maior província petrolífera do país em todos os tempos. Entrou na Petrobras como trainee e chegou ao posto de diretor depois de alguns anos como superintendente do setor. Formou uma equipe de técnicos que o ajudou a intensificar o programa exploratório de petróleo e aprofundar o conhecimento geológico sobre a riqueza depositada no mar, em profundidades nunca antes atingidas. Um memorial em Macaé foi criado pela Petrobras em homenagem a Carlos Walter, por sua imensa contribuição para consolidar a soberania nacional sobre a sua mais importante riqueza.

ARMANDO COELHO
Outro funcionário que se tornou diretor e depois presidente da Petrobras foi o engenheiro Armando Guedes Coelho, que comandou o processo de expansão e modernização das refinarias da empresa. Dele partiram decisões que se mostraram acertadas, sobre a dimensão que deveria ter a indústria de refino, para que o país chegasse à atual situação, em que aquelas refinarias processam todo o petróleo produzido no país e mais um volume adicional importado.

PAULO BELOTTI
Exemplo também relevante refere-se ao engenheiro químico Paulo Vieira Belloti, que construiu sua carreira na Petrobras, e alcançou o cargo de diretor. A ele se deve a criação e implantação da indústria petroquímica, plano que obedeceu a um modelo inédito na época, em que companhias nacionais e estrangeiras tornaram-se sócias da Petrobras. A formidável expansão da indústria brasileira de produtos plásticos deve-se àquela ideia original, baseada em um tripé de apoio que, pela primeira vez, se formou no país, comprovando o acerto de sua criação.

Como tantos outros executivos e diretores da Petrobras, aqueles três personagens deveriam hoje servir de exemplo ao governo federal para que, ao escolher futuros diretores, respeite fatores essenciais, tais como escolha por méritos próprios e não por partidos políticos, vida honrada, indiscutível capacidade técnica, dedicação à empresa e a seus ideais. Se esses requisitos tivessem sido considerados, certamente a história recente da empresa não teria sido enlameada por graves acusações contra dois ex-diretores.
Mas a grande diferença é que hoje não se fazem mais diretores da Petrobras como antigamente.

(artigo enviado pelo comentarista Ednei Freitas)

25 de março de 2015
Nelson Lemos
O Globo

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