Começou a maior batalha midiáticados últimos 14 anos. O tucanato quer ir a fundo, somente agora, na questão de quem paga aos chamados “blogueiros progressistas”, ou “do campo social” —para que defendam cegamente Dilma e Lula.
O Líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), protocolou nesta sexta (20/3) representação junto à Procuradoria da República do Distrito Federal para a abertura de inquérito civil contra o ministro Thomas Traumann (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) por prática de improbidade administrativa. Entre as sanções, caso Traumann seja condenado, está a perda da função pública.
Segundo o tucanato, “a ação baseia-se em documento produzido pela própria SECOM, que evidencia o uso da Secretaria para a promoção pessoal da presidente Dilma, bem como para viabilizá-la eleitoralmente. Nesse mesmo documento, aparecem análises sobre as estratégias das campanhas da presidente Dilma de 2010 e 2014, além de propostas para “virar o jogo” eleitoral, dividindo responsabilidades, exclusivas da Pasta, com pessoas alheias à administração pública, como o PT, o Instituto Lula e blogueiros”.
Finalmente alguém tocou na ferida.
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Qualquer um que trabalha com jornalismo tem um amigo circunscrito nesse estado de coisas. Geralmente, pessoa de meia idade. Sonhadora em ser “barão de mídia”. Saiu de uma “grande redação”. Bateu na porta de ministro ou ministra. Recebeu fortunas, seja para sua ONG ou blog. Está feliz. Entra dinheiro “bagaray”, trabalha de casa. E tudo o que tem a fazer é reangular as notícias da “velha mídia” ou dos “tubarões milionários da mídia” no sentido de favorecer os interesses do governo federal.
Não vejo problema em se ganhar dinheiro no capitalismo. Não vejo problema em que blogueiros sujos mamem nas tetas do PT, para poder terem o nivel de vida pequeno burguês com o qual sempre sonharam. Esquerda caviar é isso aí. Josué de Castro, recifense, escreveu o seu “Geografia da Fome” e se cevava nos melhores restaurantes de Paris…
O problema é que essa gente recebe fortunas do PT para mentir. Não fazem reportagem. Não investigam. Não vão para as ruas. Tomam fortunas do PT e dão em troca mal-traçadas, cheias de advérbios de modo. O PT paga fortunas a essa gente para que devolvam ao governo uma antologia de adjetivos contra os inimigos do partido.
Basta ver o quanto midiaticamente se alinhou essa gente para atacar meu amigo Fernando Rodrigues —somente porque ele resolveu investigar a lista do HSBC, cruzar dados e não cometer injustiças…
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Há nessa fórmula dos jornalistas tomadores de grana pública uma contradição bem interessante, A pior droga, tecnicamente falando, não é o crack ou a metanfetamina: é o poder do oxímoro. Vejamos: o Pink Floyd fez fortuna com uma música que falava mal do capitalismo: a famosa “Money”.
O PT paga fortunas a blogueiros para que esses, entre outras coisas, ataquem o capitalismo. Ganha-se muito dinheiro da viúva falando mal do dinheiro: viva o oxímoro!
Quer enriquecer no Brasil? Fale mal do dinheiro em seu blog.
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A fórmula tem também pitadas de sofisticação. E passa pela teoria da “fabricação de consenso”, que Noam Chomsky adotou de Walter Lippmann.
Fabricar consenso é: investir grana pública pesada em ONGs, blogs e sites ditos “progressistas”. Pautá-los para que as demandas do governo federal sejam atribuídas (excogitadas) ao povo. Criar a ilusão de que as vontades mais orgânicas, trambiques e sinecuras do governo sejam travestidos como “vontade do povo”.
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Vejamos um caso: eu e Romeu Tuma Junior lançamos, na data cabala de 11/12/13, o best seller “Assassinato de Reputações”. Entre bombas correlatas, Tuma, ex-secretário nacional de Justiça, revela que Lula era informante da ditadura.
Bastou sair o livro, meia dúzia de sites pagos pelo PT manchetaram que a obra mentia: e que Tuma Junior era menor de idade quando Lula esteve preso no Dops —portanto não poderia ter sido o agente que protegia Lula lá.
Fomos atrás da Wikipedia de Romeu Tuma Junior: sua data de nascimento fora alterada. A operação deixou rastros: quem falsificou a data, mostrava a Wikipedia, era um colaborador de 3 sites progressistas, tutelados com anúncios federais….
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Os tucanos estão errados em litigarem contra a “fabricação de consenso” na área civil.
Isso é área criminal, senhores tucanos.
Está em qualquer vulgata de direito criminal a tipificação do crime:
“Os verbos núcleos do tipo são “apropriar” ou “desviar” valores, bens móveis, de que o funcionário tem posse justamente em razão do cargo/função que exerce. A pena para este crime é de reclusão, de 2 a 12 anos, sendo a mesma caso o funcionário público não tenha posse do dinheiro, valor ou bem, mas o subtraia ou concorra para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, em virtude da facilidade decorrente do cargo que ocupa.
O peculato é um crime próprio do funcionário contra a administração, diferentemente de apropriação indébita que é praticada por qualquer pessoa contra o patrimônio.”
Em tempo: quer saber porque os ditos jornalistas do “campo social” se alinharam para bater em Fernando Rodrigues, no caso do HSBC? Porque Fernando lhes expôs publicamente o cofre.
Em tempo: quer saber porque os ditos jornalistas do “campo social” se alinharam para bater em Fernando Rodrigues, no caso do HSBC? Porque Fernando lhes expôs publicamente o cofre.
23 de março de 2015
Claudio Tognolli
Claudio Tognolli
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