"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 23 de março de 2015

AFAGO EM TEMER, PÉ NA BUNDA DO MERCADANTE

Lula pede a Dilma um afago em Temer e um pontapé no traseiro de Mercadante.

 

(Extraído do Valor) Nos dois últimos encontros que teve com a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aconselhou a recompor a aliança com o PMDB, principal partido da base aliada ao governo depois do PT. Lula sugeriu que o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, ocupe um "lugar especial" no governo, de preferência no "centro do poder". O ex-presidente acha também que a presidente deveria mudar a articulação política e, na economia, antecipar para este semestre os leilões de concessão de serviços públicos.

Lula acha que Dilma foi induzida a cometer dois grandes "equívocos" na relação com o PMDB. O primeiro foi ter estimulado o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, do PSD, a aglutinar em torno de seu partido as pequenas legendas que apoiam o governo para fazer um contrapeso ao PMDB. O plano, atribuído ao ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante, era relativizar a importância dos peemedebistas. 

O segundo erro cometido pela presidente, considerado "primário" por Lula e também atribuído a Mercadante, foi fazer campanha para tentar derrotar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na eleição para a presidência da Câmara. "Acreditar que Cunha fosse perder aquela disputa é coisa de quem não conhece o Congresso", comentou um interlocutor da presidente.

Aparentemente, a presidente ouviu seu mentor. Reconheceu, no episódio que resultou na demissão sumária do aliado Cid Gomes do Ministério da Educação, a necessidade de se recompor com o PMDB; admitiu os erros do primeiro mandato; e estaria inclinada a mexer na articulação política e em outros ministérios. "Ela vai trocar o Pepe Vargas [ministro, filiado ao PT e responsável pela articulação]", revelou uma fonte graduada. Para a função, estariam cotados o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), que presidiu a Câmara entre 2013 e 2015, e o atual ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB). Há pressão também para que Dilma tire Aloízio Mercadante da Casa Civil.

Lula também sugeriu a Dilma que vá mais "às ruas", algo que ela começou a fazer recentemente. Embora esteja, mais uma vez, tentando ajudar a presidente, Lula tem duvidado, em conversas com alguns interlocutores, da eficácia dos contatos que tem com a presidente. Apesar disso, assegura um interlocutor dos dois, "não há hipótese de Lula brigar com ela". As conversas recentes entre os dois teriam sido "boas", na opinião do ex-presidente, porque Dilma estaria ouvindo o que ele diz, embora, na hora de tomar a decisão, faça apenas o que deseja.

23 de março de 2015
in coroneLeaks

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