Economia reduz ritmo de crescimento sem que sejam feitos, como contrapartida, ajustes necessários à retomada de ciclo ascendente
O governo baixou nos últimos dias o que parece ser uma derradeira compilação de medidas de estímulo econômico, paliativos de curto prazo que se destinam a evitar acidentes maiores na rota de declínio cada vez mais pronunciado.
Encerram-se assim quase quatro anos de agitação infrutífera, de ativismo que não deu rumo salutar à economia. Um pacote de remendos costurados em uma medida provisória resume a obra desta administração: uma crise latente disfarçada, de modo a evitar estremecimento maior até o ano que vem.
Mais desalentador, o crescimento definha enquanto outros indicadores apontam esgotamento da capacidade de o país avançar.
As estimativas de aumento do PIB para este ano encolhem para 1%, no melhor dos casos. A inflação, por sua vez, flutua em torno de 6,5%, sinal tanto de excesso de gastos públicos e privados como de descrédito quanto à desaceleração dos preços.
O deficit externo não baixa do nível desconfortável de 3,6% do PIB, o maior em 12 anos. Trata-se de outro indicador de demanda excessiva que pode ser financiada no exterior, mas até certo ponto. O país atingiu ou está perto de atingir o limite de gastos dessa natureza.
O deficit público --o excesso de gastos do governo em relação a sua receita-- está no patamar mais alto em cinco anos.
Verdade que o desemprego decresceu de modo significativo, estabilizando-se em níveis historicamente baixos. Mas é uma economia de diminuta produtividade. Próxima do pleno emprego, ocupando a oferta de trabalho disponível, não produz mais: não cresce.
Em resumo, trata-se de uma economia com limitações evidentes de se expandir no curto prazo e que, ademais, dissipa energia sem progresso, em desequilíbrio constante.
Seria compreensível e aceitável, quando não inevitável, um crescimento pequeno devido a correções cíclicas, a um programa de reformas difíceis ou ao impacto de um desarranjo mundial.
Infelizmente, as providências necessárias a fim de administrar tais situações têm seu custo. Mas, se levadas a bom termo, carreiam bônus, a oportunidade de retomada, ao menos de entrada em um novo ciclo ascendente.
Não há propósito nem sentido na presente desaceleração, entretanto. A economia quase estagnada chegará a 2015 ainda com uma carga de problemas para descartar, o que custará, no mínimo, mais aquele ano de crescimento.
O governo baixou nos últimos dias o que parece ser uma derradeira compilação de medidas de estímulo econômico, paliativos de curto prazo que se destinam a evitar acidentes maiores na rota de declínio cada vez mais pronunciado.
Encerram-se assim quase quatro anos de agitação infrutífera, de ativismo que não deu rumo salutar à economia. Um pacote de remendos costurados em uma medida provisória resume a obra desta administração: uma crise latente disfarçada, de modo a evitar estremecimento maior até o ano que vem.
Mais desalentador, o crescimento definha enquanto outros indicadores apontam esgotamento da capacidade de o país avançar.
As estimativas de aumento do PIB para este ano encolhem para 1%, no melhor dos casos. A inflação, por sua vez, flutua em torno de 6,5%, sinal tanto de excesso de gastos públicos e privados como de descrédito quanto à desaceleração dos preços.
O deficit externo não baixa do nível desconfortável de 3,6% do PIB, o maior em 12 anos. Trata-se de outro indicador de demanda excessiva que pode ser financiada no exterior, mas até certo ponto. O país atingiu ou está perto de atingir o limite de gastos dessa natureza.
O deficit público --o excesso de gastos do governo em relação a sua receita-- está no patamar mais alto em cinco anos.
Verdade que o desemprego decresceu de modo significativo, estabilizando-se em níveis historicamente baixos. Mas é uma economia de diminuta produtividade. Próxima do pleno emprego, ocupando a oferta de trabalho disponível, não produz mais: não cresce.
Em resumo, trata-se de uma economia com limitações evidentes de se expandir no curto prazo e que, ademais, dissipa energia sem progresso, em desequilíbrio constante.
Seria compreensível e aceitável, quando não inevitável, um crescimento pequeno devido a correções cíclicas, a um programa de reformas difíceis ou ao impacto de um desarranjo mundial.
Infelizmente, as providências necessárias a fim de administrar tais situações têm seu custo. Mas, se levadas a bom termo, carreiam bônus, a oportunidade de retomada, ao menos de entrada em um novo ciclo ascendente.
Não há propósito nem sentido na presente desaceleração, entretanto. A economia quase estagnada chegará a 2015 ainda com uma carga de problemas para descartar, o que custará, no mínimo, mais aquele ano de crescimento.
13 de julho de 2014
Editorial Folha de SP
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