"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

DÉCADA PERDIDA DEIXA LULA, O REI, NU!

 


 
Década Perdida, de Marco Antonio Villa, é um livro recomendado a todos os brasileiros. Escrito com linguagem simples e objetiva, farto em pesquisa, ele esmiúça com precisão o governo petista dos últimos dez anos. O enfoque, portanto, é o governo do ex-presidente Lula, acusado de mentiroso e farsante; frívolo de pensamento e de ideias. Mostra com clareza cristalina como o Brasil foi iludido e como os cofres foram saqueados por um bando de energúmenos que se apoderaram do poder sem qualificação e capacidade para administrar o país.
No final das suas 275 páginas fica a sensação de que mais gente – empresários, políticos e sindicalistas corruptos – deveriam estar na cadeia fazendo companhia  a Zé Dirceu, Zé Genoíno e Delúbio Soares. O livro analisa ano a ano o governo petista até 2012. Ao juntar as peças deterioradas do governo petista, Década Perdida abre para os incautos as artimanhas do governo Lula que se projetou ao mundo com um discurso vazio, cabotino e demagogo, envolvido em inúmeras CPIs que terminaram em pizza por causa de um parlamento subserviente, bajulador e servil.
O livro de Marco Villa deveria ser lido principalmente pelos eleitores petistas, não pelos  militantes fundamentalistas como Rui Falcão, mas por aqueles que ainda votam no PT influenciados pelo marketing. Verá como o Brasil caminhou para trás nos últimos dez anos, como as centrais sindicais foram compradas pelo governo (R$ 72 milhões entre os anos entre 2003 e 2006) em troca do silêncio, como José Dirceu apresentou Marcos Valério ao Lula, como o homem que “está ajudando o PT a pagar suas dívidas”, como o Frei Beto, no auge do êxtase da vitória do companheiro Lula, fez uma louvação a dona Lindu, mãe do Lula, para abençoá-la por ter esta senhora nordestina gerado o grande estadista Luis Inácio Lula da Silva.
Vale aqui registrar um trecho do servilismo católico ao seu mais fiel seguidor:
“Obrigado, dona Lindu, por ter dado ao Brasil um presidente de liderança, transparência ética e profundo amor ao povo (…) O Brasil merece um futuro melhor. O Brasil merece este fruto do seu ventre: Luiz Inácio Lula da Silva”.
O livro não traz grandes revelações sobre o que o Brasil já conhece do petismo  mas consegue magistralmente juntar nas suas dezenas de páginas o quebra-cabeça para dar sentido a bandalheira do partido na década, o envolvimento com os políticos de direita, com a elite financeira e com os empresários corruptos. Mostra a compra dos deputados com a anuência de José Dirceu para fortalecer a base do governo. E revela, sobretudo, os maus hábitos de um ex-presidente que a todo discurso se dizia retirante e fazia apologia do analfabetismo para se nivelar aos miseráveis e conquistar a simpatia deles.
É assustador, por exemplo, como Lula tratava seus auxiliares. Segundo narra o escritor Marcos Villa, historiador e sociólogo, Marcos Aurélio, assessor para assuntos aleatórios, era saudado todos os dias pela manhã com a frase: “Marco Aurélio, eu já mandei você tomar no cu hoje?”. (extraído do livro “Viagem com o presidente”). O professor ria insosso para o patrão e se portava como um verme esmagado pela bota do seu capataz.
O livro revela ainda as gafes internacionais de Lula, o envolvimento do Lulinha, seu filho, com as telefônicas de celulares, o dinheiro na cueca do irmão do Genoíno e os milhões dos aloprados para comprar um dossiê falso contra José Serra. Critica a oposição pela inércia em mostrar ao país as mazelas do PT, porque adotara a estratégia errada de ir sangrando o Lula aos poucos, mas não contava, porém, com a  recuperação da sua imagem.
Década Perdida não deixa apenas o rei nu,  tira-lhe também a barba. Deixa entender que por trás daquele homem barbudo existia uma caricatura, uma máscara que escondia uma pessoa amargurada, frustrada e rancorosa. Que transformou a presidência da república num covil de apaniguados e corruptos com o discurso leviano de que a “elite” era golpista e contra os maltrapilhos que ele defendia ardorosamente.
Agora, o brasileiro torce para que Lula não deixe crescer novamente a barba, como ele ameaça. A máscara não pode voltar para o bem do Brasil!
 
18 de fevereiro de 2014
Jorge Oliveira é Jornalista.

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