"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

BRASIL DOS PETRALHAS


Balança comercial tem déficit de US$ 2,041 bilhões nas duas primeiras semanas de fevereiro. No ano o comércio exterior acumula um saldo negativo de US$ 6,099 bilhões

A desvalorização do peso em relação ao dólar e a manutenção de medidas protecionistas pela Argentina afetaram as exportações brasileiras para o país vizinho e se refletiram no saldo da balança comercial brasileira nas duas primeiras semanas de fevereiro. A balança registrou um déficit de US$ 2,041 bilhões, com exportações de US$ 7,214 bilhões e importações de US$ 9,255 bilhões no período.
 Segundo fontes do governo e do setor privado, uma das causas do saldo negativo no comércio exterior — que no ano acumula um valor recorde de US$ 6,099 bilhões para o período — é a queda das vendas de material de transporte, incluindo automóveis, ônibus e tratores, para o mercado argentino.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que, em janeiro deste ano, as vendas de material de transporte para a Argentina caíram 23,04% ante o mesmo mês do ano passado. Nas duas primeiras semanas de fevereiro, a redução foi ainda maior, de 23,9% frente a fevereiro de 2013.

Esses produtos são os principais itens da pauta de exportações para a Argentina. Em 2013, o Brasil vendeu US$ 4,8 bilhões em automóveis para o mercado argentino, US$ 1,8 bilhão em autopeças e US$ 1,3 bilhão em veículos de carga.


Segundo o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, as dificuldades para a liberação de material de transporte importado do Brasil pelo governo argentino e o próprio câmbio são os problemas atuais. No entanto, a situação poderá ficar pior, se realmente o pagamento aos exportadores brasileiros começar a atrasar, o que deve se refletir na balança a partir do próximo mês de abril.

— Ainda não deu tempo de verificarmos o atraso ( dos pagamentos) na balança comercial — disse Castro.
O detalhamento da balança de fevereiro, com o intercâmbio por país, só será conhecido no início de março, ou seja, após o fechamento deste mês. De forma geral, a situação do comércio exterior brasileiro é preocupante, pois o desaquecimento da economia mundial e a queda das cotações da commodities continuam afetando a balança.
 
 
 
 
Os dados divulgados ontem pelo MDIC apontam que, nas duas primeiras semanas de fevereiro, a média diária exportada, de US$ 721,4 milhões, caiu 16,5% em relação a fevereiro de 2013. Além de automóveis, as maiores retrações ocorreram, principalmente, com petróleo em bruto, milho em grão, algodão, minério de ferro, café, carnes suína e de frango, calçados, motores e geradores elétricos, açúcar em bruto, semimanufaturados de ferro e aço, celulose e ouro.

Já a média diária importada, de US$ 925,5 milhões, sofreu uma pequena queda de 1%, devido à diminuição dos gastos com adubos e fertilizantes, cereais e produtos de moagem, automóveis, autopeças, equipamentos mecânicos, borracha e produtos farmacêuticos.

Na primeira semana do mês, as importações superaram as exportações em US$ 1,703 bilhão. Na segunda semana, o saldo negativo foi bem menor, de US$ 338 milhões.
 
18 de fevereiro de 2014
Eliane Oliveira (Email)
O Globo 

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